Em Patos, diretor do Hospital São Francisco relata não ter recursos para pagar o piso da enfermagem

By | 11/10/2023 5:20 pm

 

(Jozivan Antero, no Polêmica Patos, em 11/10/2023)

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Desde maio de 2023, entrou em vigor, após intensos debates jurídicos, políticos e de classe, a Lei 14.434/2022, que estabelece o piso nacional da enfermagem. A lei instituiu o piso para enfermeiras, técnicas em enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras, sendo o valor de R$ 4.750,00 para enfermeiros e 70% desse valor para técnicos de enfermagem, e 50% para parteiras e auxiliares de enfermagem.

Na manhã desta quarta-feira, dia 11 de outubro, a reportagem esteve conversando com o Dr. Francisco de Assis, diretor-geral do Hospital São Francisco, localizado no centro de Patos. O hospital privado tem convênios com planos de saúde e está em atividade desde o início do ano 2000 em modernas instalações com leitos, atendimentos clínicos e Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

A reportagem foi apurar denúncia de que o Hospital São Francisco não estaria cumprindo a Lei 14.434/2022, fato confirmado pelo diretor-geral que alegou falta de condições financeiras para tal pagamento salarial da sua equipe de enfermagem.

O Dr. Francisco relatou que está aguardando uma reunião de negociação que estaria para acontecer entre representantes dos hospitais privados, o Ministério do Trabalho e Emprego, além de outros órgãos para se chegar a um acordo sobre o pagamento. Ele disse que outros hospitais privados também têm enfrentado dificuldade para cumprir a lei.

Comentário nosso

Isto é o que se chama, um tiro no pé. O pessoal da enfermagem comemorou o fato de seus salários terem dobrado, o que na realidade é muito justo. Os primeiros a gritarem foram os prefeitos, muitos dos quais só vão conseguir pagar o novo piso porque o Governo Federal está repassando um suplemento para que eles possam pagar. Mas os hospitais e outros estabelecimentos que utilizam o pessoal de enfermagem não têm “papai Governo” para ajudá-los a pagar.  Alguns estabelecimentos recorreram à dispensa de enfermeiros, de técnicos e auxiliares, para ver se conseguem continuar a pagar aos remanescentes. Ou seja, houve uma vitória para quem permanece trabalhando às custas de muitos que foram e ainda serão dispensados. É o que se chama vitória de Pirro. Foi uma vitória enganosa. Ganharam parte dos profissionais, em prejuízo dos que foram dispensados. Naqueles estabelecimentos que têm “gorduras” a cortar, ou seja, tem profissionais sobrando, uma saída é dispensar os que estão sobrando. E nos estabelecimentos que não podem prescindir de uma parte do pessoal, o que fazer?. É esse pulo do gato que os diretores de hospitais e outros estabelecimentos que cuidam da saúde estão procurando junto aos órgãos trabalhistas. O que fazer? Aumentar  a jornada de trabalho, mantendo o piso salarial? Seria uma saída absurda.  Que tal chamar os representantes dos trabalhadores para junto com órgãos públicos buscarem uma saída? (LGLM)

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Category: Locais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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