(Misael Nóbrega de Sousa, professor e jornalista)
O Esporte perdeu para quem? Aquele 2 a 0 para o time de Pombal foi um choque de realidade, não uma derrota. Até o fatídico domingo à tarde, no José Cavalcanti, tudo conspirava a nosso favor. Nem a torcida rival acreditava que alguma coisa pudesse dar errado. Terminamos a primeira fase na liderança; havíamos conquistado um triunfo contra esse mesmo adversário, fora de casa. Mesmo se o eclipse anular acabasse o mundo, o empate ainda nos classificava. Mas, aí entra em campo “o sobrenatural de Almeida”. O fato de o placar adverso ter nos tirado a possibilidade de subir para a primeira divisão, é mais uma justificativa para a frustração de todos. A verdade, quer saber? A verdade é que não tivemos coragem de vencer. A quem culpar? A imprevisibilidade do futebol não é apenas dentro de campo. As partidas começam a ser jogadas antes de a bola rolar. A derrota muitas vezes acontece na véspera do jogo. A ansiedade é o menor dos males. Muito pior é a “trairagem” comandada pelos”líderes” no vestiário. O resultado da partida foi um aviso de que no futebol nada mudou. O desafio agora é reunir os cacos “e dá a volta por cima “, como dizem os “boleiros”; é ter a mesma disposição de continuar de onde não se parou; é o poder de negociação para conseguir (de novo) o patrocínio com quem nunca confiou; é fazer a torcida voltar a acreditar depois daquele “estivemos tão perto”; é reunir um elenco de campeões, com espírito de campeões, com envolvimento de campeões… mas, com sonhos de meninos. Perdemos para quem? Perdemos para nós mesmos.