(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 17/10/2023)
Elogio de boca própria é vitupério! Vitupério é uma palavra hoje fora de uso mas significa afronta, desrespeito. Como é imperioso homenagear os professores e eu já fui professor, vou cometer esta afronta.
Quero homenagear todos os professores, cujo dia foi comemorado no último domingo, citando duas professoras importantes na minha vida. A primeira foi minha mãe que me ensinou as primeiras letras. A segunda foi dona Adjalma Medeiros, minha professora no primeiro e segundo anos primários no Coriolano de Medeiros e que recebeu uma homenagem esta semana de uma sua ex-aluna . Minha mãe apesar de ter aprendido até o quarto livro, tinha jeito para o ensino das primeiras letras e teve como aluno, uma figura que ainda hoje nos honra. O Dr. Alcides Candeia, a quem ela ensinou as primeiras letras na Quixaba, no final da década de trinta, Também foi aluno dela, um Manoel Candeia, que não era o pai de Dr. Alcides, e que morreu há uns cinco anos em Patos, conhecido como Manuel da Quixaba.
Dona Adjalma Medeiros foi professora de muitos atuais doutores, espalhados pelo Brasil afora. Os dois anos em que estudei com ela me prepararam para seguir os estudos no seminário de Cajazeiras, onde terminei primário e ginasial.
Eu me orgulho também de ter sido professor de um bocado de doutor de hoje, nos quatro anos em que ensinei no Colégio Diocesano e no Colégio Estadual de Patos.
Da importância do professor, não se precisa nem explicar. Nenhum doutor o seria, se não tivesse aprendido com os professores. O professor era a extensão do pai na escola. Nos preparava para a vida.
Pena que no Brasil não se valorizem os professores como eles merecem. Motoristas de coletivos ganham melhor do que muitos professores. E é porque os professores têm agora um piso nacional acima de quatro mil reais. Mas eles merecem muito mais do que isso.
Outras culturas valorizam muito mais os professores. No Japão, pessoas bem mais idosas cedem lugar nos ônibus a um simples professor, mesmo que tenham idade de ser netos seus. Os comerciantes vendem aos professores pelo preço de custo. Eles têm o direito de um lugar especial em qualquer solenidade a que compareçam.
Outras culturas também têm mais consideração aos professores do que nós brasileiros.
Por isso essa nossa homenagem aos professores. Eu não teria sido nada na vida se não fossem os meus professores no Coriolano de Medeiros, no Seminário de Cajazeiras, no Ginásio Diocesano, no Colégio Estadual e nas Faculdades que frequentei. E o fato de ter sido professor por quatro anos, me obrigar a estudar para saber transmitir os conhecimentos que precisava levar aos alunos. Um dos orgulhos que eu tenho até hoje é encontrar um ex-aluno, formado ou bem-sucedido na vida, que se lembra de mim e me chama de professor.
Por isso a homenagem a todos os professores dos quais aprendi lições das matérias que lhes incumbia e lições de vida. São tantos que não vou enumerá-los aqui, para não cometer injustiças pelo esquecimento de algum.
Obrigado professores. Devo a vocês, antes de tudo, o que aprendi na vida!