(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 31/10/2023)
Começa a pulular nas redes sociais a divulgação de enquetes e pesquisas sobre pretensos candidatos a prefeito nas próximas eleições.
Fazer uma ou outra sem haver nenhuma definição de candidatos, já infirma quaisquer resultados que apresentem.
A enquete, em si, já nasce sem credibilidade, pelo fato de não ter um universo definido. Se é feito num jornal, só alcança os leitores do jornal. Se feito num programa de rádio só revela o pensamento dos ouvintes daquele programa. Se feito por uma rede social só mostra o que pensam os que participam daquela rede social. Além do mais, num programa de rádio ou numa rede social, a enquete pode ser dirigida e manipulada, daí não ter nenhuma utilidade.
A pesquisa, por sua vez, só tem valor estatístico, se houver o conhecimento do universo que vai ser pesquisado. Se vai ouvir os moradores de um bairro, tem que conhecer o eleitorado do bairro e saber quanto ele representa do eleitorado da cidade, para ouvir apenas um número de eleitores que correspondam a esta proporção que o bairro representa no eleitorado da cidade. O resultado final só será confiável se todos os segmentos do eleitorado forem ouvidos.
Outro detalhe que tem que ser observado é que, numa pesquisa feita quase um ano antes das eleições, o pesquisador deve saber quem são os mais possíveis candidatos para colocar no questionário. E assim mesmo só se vai observar a tendência do eleitorado, quais são os candidatos mais viáveis, mas dificilmente os futuros eleitos, pois ainda haverá no eleitor uma indefinição geral, podendo eles, mudar, de uma hora para outra, sobre os novos candidatos que surgirem.
No caso específico de Patos, onde há um candidato a reeleição, a tendência é que ele seja sempre o mais citado, já que tem todas as vantagens com relação aos demais. O que se traduz no que diz a sabedoria popular: “Jumento carregado de açúcar, até o rabo é doce”. Se Nabor não aparecer em todas as pesquisas como o mais citado, ele tem que trabalhar para recuperar o protagonismo. E, claro, terá tempo para isso.
Depois, tem um detalhe que ninguém pode esquecer. Quem é que está fazendo a pesquisa? É uma empresa ou uma pessoa confiável? Ou está a serviço de alguém? Como todo mundo sabe que a pesquisa vai sempre influenciar nos futuros resultados, muitos manipulam as pesquisas para beneficiar alguém.
Temos, pois que olhar com desconfiança para qualquer pesquisa ou enquete que se faça. E sempre as ver com senso crítico. Quem está por trás delas? A quem se quer beneficiar? Desconfie sempre das pesquisas que não se sabe quem fez ou quem as financiou.