(José Romildo Sousa, Escritor, poeta, historiador e consultor cultural, no Facebook, em 07/11/2023)
A cidade de Patos sempre ocupou um lugar de destaque no cenário da radiofonia paraibana. As primeiras emissoras: a Espinharas (1950), a Panati (1980) e a Itatiunga (1990) foram as grandes responsáveis por esta confortável colocação.
Mesmo assim, para que isso acontecesse, uma gama de esforçados profissionais se desdobrou na tarefa diária a fim de manterem para os seus ouvintes uma programação de alto nível e, não são poucos os que conseguiram concretizar os seus intentos e ainda hoje são citados por todos aqueles que vivem a cultivar a memória do rádio na “Morada do Sol”.
Entretanto é mais do que justo nesse momento também relembrar que a evolução da imprensa falada em Patos vem da década de 30 com o “serviço de som” de Sinfrônio Azevedo e depois com o inolvidável Mané Lino que adquiriu esta difusora e passou a comandá-la com a denominação de “A Voz das Espinharas”.
Um dos remanescentes dessa época foi o inigualável Batista Leitão, onde em sua memória desejamos cultivar todos os radialistas patoenses pela PASSAGEM DO SEU DIA.
Batista Leitão se tornou famoso com o seu Forró do Pé Rapado. Nessa resenha queremos nos reportar a Batista Leitão e reverenciar através do seu desempenho profissional a tantos quantos contribuíram (e continuam a contribuir) com o jornalismo, em todos os seus segmentos na terra de Edleuson Franco.
Desde muito cedo Batista Leitão se interessou pelo rádio e, segundo seu próprio depoimento: “toda noite acompanhava Joãozinho da Bomba até a Difusora de Mané Lino, onde o amigo ali trabalhava”.
No ano de 1951, Batista realizar um trabalho para os Doutores Octacílio e Ronald Queiroz que estavam querendo divulgar a candidatura de Darcílio Wanderley à prefeitura de Patos. De posse do texto recebido.
Chegando no Tênis, Batista recebeu um texto de Dr. Octacílio e saiu pelas principais avenidas fazendo a veiculação da nota no carro de Ciro Ramos, que tinha em seu teto (inovação para a época) uma difusora instalada.
O novo locutor saiu-se tão bem na empreitada que foi logo contratado pela Difusora de Mané Lino, aonde veio a trabalhar até o ano de 1958 quando a deixou para ingressar na Rádio Espinharas.
Do ingresso na Espinharas, o que Batista lembra bem é o concurso que teve que enfrentar com mais 15 candidatos para poder trabalhar na emissora. O teste era “ao vivo” e dele faziam parte: leitura, dicção, reportagem, noticiário curto e a
postura no auditório. Somente três candidatos obtiveram sucesso: ele (Batista), Ione de Sousa e Djalma Candeia.
Na Espinharas, além do programa “Noites Brasileiras” que foi reconhecido de utilidade pública pela Câmara de Vereadores de Patos, Batista ficou famoso com o seu Forró do Pé Rapado, que tinha uma audiência ímpar em toda a região atingida pela emissora.
O Forró do Pé Rapado tinha na sua “Latada” (local onde acontecia a festa) a presença de dançarinas afamadas, que eram a todo momento citadas na programação: Chica Potoca, Boca de Gamela, Maria Muriçoca, Maria Encaicadinha, Zefa Bozó, Lingua de Vaca, Zefa Espaia Brasa e Maria do Cotovelo Azul.
Batista permaneceu até 1991 na Espinharas, quando passou para o Sistema Itatiunga de Comunicação, aonde apresentava o Programa do Mané e o de Nostalgia.
No ano de 1996, precisamente no dia 19 de maio, por iniciativa do colunista social Carlos Estevam, a cervejaria do Mormaço recebeu um grande número de pessoas ligadas ao rádio na cidade de Patos. Na oportunidade foi entregue a todos os que se destacaram no setor jornalístico naquele ano o Troféu Batista Leitão. O homenageado foi saudado pelo Dr. José Soares de Figueiredo e, no final do evento fez uso da palavra para agradecer a lembrança do seu nome para tão importante comenda, no que foi aplaudido de pé em reposta a performance que vem demonstrando em todos os anos de trabalho como excelente de homem de rádio.
Outra merecida homenagem aconteceu no final do ano de 2001, dentro das comemorações alusivas ao aniversário do Rotary Clube de Patos – Sul, quando Batista Leitão foi agraciado com uma Comenda “em reconhecimento aos 50 anos de serviços prestados a sociedade patoense”.