Aldecy Viturino era coordenador do acampamento e deixou dois filhos, enquanto Ana Paula tinha três filhos. O acampamento existe desde 2008 e abriga 22 famílias
Dois trabalhadores do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra da Paraíba (MST) foram brutalmente assassinados na tarde do último sábado (11), no Sítio Rancho Dantas, zona rural de Princesa Isabel, no Sertão paraibano. O ato de violência resultou na morte de Aldecy Viturino Barros, de 44 anos, e Ana Paula Costa Silva, de 29 anos, ambos militantes ativos do movimento.
Segundo informações da Polícia Civil, Aldecy estava realizando reparos no telhado da residência do pai de Ana Paula quando foram surpreendidos por dois homens em uma moto. A dupla informou a Aldecy que precisavam da assinatura dele em um documento, mas antes que ele pudesse descer da escada, foi alvo de vários disparos de arma de fogo.
Ana Paula, que estava próxima, foi atingida por um tiro na cabeça. Ela foi socorrida e levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Princesa Isabel, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu.
O Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra da Paraíba (MST-PB) denunciou o crime nas redes sociais e exigiu justiça pelas mortes. Aldecy Viturino era coordenador do acampamento e deixou dois filhos, enquanto Ana Paula tinha três filhos. O acampamento existe desde 2008 e abriga 22 famílias.
“O MST cobra a apuração do crime e a prisão dos autores. Enquanto movimento, reafirmamos nossa luta contra toda forma de violência. Aos nossos mortos nenhum segundo de silêncio, mas uma vida toda de luta”, diz em nota.
A Polícia Civil está investigando o caso para identificar os suspeitos e esclarecer a motivação por trás desse ato violento.
Comentário nosso
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra deve estar, com suas mobilizações, incomodando a fazendeiros da região. Por isso dificilmente a polícia conseguirá por a mão nos criminosos e nos mandantes. E se por acaso isso acontecer não faltará quem tente impedir na Justiça que os criminosos de todas as origens sejam punidos. No máximo punirão os executores. Os fazendeiros da região têm a fama de enfrentar até as tropas do Governo, lembrem-se da Revolta de Princesa, na década de vinte. (LGLM)