(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 21/11/2023)
Vem nos preocupando muito nos últimos tempos a falta de renovação das lideranças políticas na cidade de Patos.
Antigamente tínhamos eleições de prefeito sempre muito disputadas, com candidatos competitivos dos dois grupos tradicionais, além de terceiras ou até quartas vias que sempre apareciam.
Tivemos eleições em que Múcio Sátyro, Aderban Martins, Dr. Sousa Filho, Padre Jair, além de vários nomes petistas como Cleó, Geralda Medeiros e alguns professores universitários, que apareciam como terceiras vias. Infelizmente nenhuma destas vias decolou.
Uma esperançosa terceira via foi o petista Lenildo Morais que era candidato “prego batido e ponta virada”, mas terminou nos braços do grupo Motta.
Afora estas candidaturas majoritárias, alguns nomes novos, como Zé Motta e Dr. Ivanes se elegeram vereadores, o tradicional celeiro de lideranças políticas, mas não foram estimulados a voos mais altos pelas chefias partidárias que temiam ter neles, futuramente, concorrentes que os tirassem de cena.
Esta falta de alternativas é péssima para a nossa cidade. Vereadores acomodados como os que temos, atualmente, mais interessados em vantagens para si do que em benefícios para a população, terminam acomodando os prefeitos, que, sem oposição, não se preocupam em fazer uma boa administração.
Da mesma maneira, sem lideranças fortes que ameacem o protagonismo do seu grupo, os prefeitos também se acomodam e se preocupam mais em aumentar o seu patrimônio pessoal.
Algumas lideranças surgidas recentemente já se renderam aos “lindos olhos de Nabor”, casos de Dr. Érico e esposa, além dos filhos de Pinto do Acordeon. Um dos vereadores de oposição, antigo nabozista, estaria se balançando no mesmo sentido.
Tínhamos esperança de que o Partido dos Trabalhadores fosse dessa vez uma terceira via ou empolgasse a oposição com um candidato competitivo, mas já anda insinuando que pode voltar a cair nos braços do grupo Motta. Levando Zé Gonçalves que também foi nabozista. Só restaria Josmá, líder de si mesmo.
Resta-nos, o Dr. Ramonilson, que conseguiu excelente votação nas últimas eleições municipais, enfrentando Nabor e que tem uma linha política que poderia voltar a atrair os votos dos eleitores esclarecidos e independentes. Fora ele, quem poderia empolgar uma oposição que veja além dos próprios interesses pessoais?
Ficamos assim na dependência dos eleitores independentes. Se votarmos em políticos que não sejam “puxa-sacos” poderemos mudar o futuro de nossa cidade. Temos que começar a procurar bons candidatos. Para vereador alguns bons nomes estão surgindo. Mas será que vão conseguir suplantar os eternos investidores da política? E para prefeito? Quem nos poderá salvar?
Quero aqui contestar um “puxa-saco” que esta semana dizia nas redes sociais que Nabor encontrara uma prefeitura desorganizada e está com tudo funcionando. Inicialmente comente uma injustiça. Dr. Ivanes deixou a prefeitura muito mais organizada do que a encontrou e do que Nabor e Chica deixaram quando saíram. Aliás, para sermos justos, Ivanes é que deveria ter sido candidato à reeleição. E Patos poderia estar em muito melhor situação, se não fossem tantas lideranças políticas que se venderam ao grupo Motta, representado por Nabor, Hugo e Chica, e o “cordão dos puxa-sacos que cada vez aumenta mais”. E tenta criar a impressão de que tudo está às mil maravilhas.