Meus raros leitores devem se lembrar que, uns tempos atrás, comentando medidas tomadas pelo Governo Federal com relação ao rotativo do cartão de crédito eu dizia que em toda compra parcelada o consumidor já está pagando os juros pelo prazo do parcelamento. O rotativo de 20% ao mês, para quem atrasasse os pagamentos, já não era juro era agiotagem descarada, ou para sermos mais exatos, furto desmedido, praticado pelas empresas de cartão de crédito. Para quem duvidava dos meus raros conhecimentos do assunto, vai aí um artigo publicado no jornal o Estadão com base em declarações do presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait, que deve realmente entender do assunto. (LGLM)
‘Não existe nada sem juros. É o marketing do varejo’, diz presidente das associações comerciais
Alfredo Cotait explica que comerciantes embutem juros cobrados pelas maquininhas de cartão de crédito no preço do produto, já que precisam antecipar os valores e pagam por isso; ele sugere limitação em 8 parcelas
(Bianca Lima, no Estadão, em
BRASÍLIA – Em meio à disputa entre bancos e maquininhas independentes de cartão de crédito, que já chegou à esfera jurídica, o presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), Alfredo Cotait, afirma que o parcelado sem juros é vital ao varejo, mas admite que se trata de um “marketing” do setor.
“Nunca foi sem juros. Não existe nada sem juros. Mas é uma questão do comerciante. Ele, ao vender um produto, sabe qual será o custo (para antecipar aquele valor) e qual é o preço para vender. Tem um cálculo da taxa de juros, porque, no dia seguinte, ele vai lá e desconta (o recebível). Já tem um acordo com o cartão”, diz Cotait ao Estadão.
Questionado se não falta transparência na relação com o cliente, Cotait diz que o modelo já está consolidado no País e ajuda a acomodar as compras no bolso do consumidor. “Daqui a pouco vai ser o Pix parcelado”, diz ele, prevendo que, independentemente do meio de pagamento, a prática irá se manter.
“As drogarias fazem três ou seis parcelas. O comércio, principalmente de vestuário, faz em dez parcelas. Tem de tudo: até passagem aérea em 12 vezes. Você acha que não tem juro? O juro já está computado dentro (do preço)”, reforça.