(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 19/12/2023)
Antigamente, os candidatos tinham que gastar do seu dinheiro e do seus amigos para financiar as despesas de suas campanhas eleitorais. E as despesas eram de material de publicidades, despesas das viagens que precisavam fazer e da mobilização de umas bandinhas locais para animar os seus comícios.
Depois os políticos viciaram os eleitores a votar em troca de presentes e certos benefícios e as campanhas passaram a ser cada vez mais caras.
Depois criaram um Fundo Eleitoral para, na desculpa deles, ajudar os candidatos menos favorecidos com suas despesas de campanha.
O Fundo Eleitoral terminou se transformando em uma verdadeira fonte de furto do dinheiro público. Quem se meter a ser candidato a prefeito e vereador sabe bem disso.
Fui candidato nas últimas eleições e a única ajuda que recebi foi do candidato a prefeito que eu apoiava para os “santinhos” que mandei confeccionar. Do dinheiro do Fundo Eleitoral não vi nem um real.
Acontece que o dinheiro do Fundo Eleitoral é entregue aos partidos e eles distribuem este dinheiro do jeito que bem querem. Não há um controle e nenhuma fiscalização do destino que foi dado a esse dinheiro.
A imprensa está divulgando agora a briga dos partidos pelo Fundo Eleitoral destinado à campanha do ano que vem. O Governo de Lula destinou pouco menos de um bilhão de reais do Orçamento de 2024 para o Fundo Eleitoral. Mas os parlamentares estão achando pouco. Eles querem cerca de cinco bilhões de reais. Dinheiro que poderia ser destinado ao SUS, à Educação, aos programas sociais. O orçamento de 2024 já foi aprovado esta semana com o valor de quatro bilhões e novecentos milhões de reais destinados ao Fundo Eleitoral. O mesmo valor destinado o ano passado para as eleições de presidente, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Estão “gozando” com a nossa cara. Grande parte deste dinheiro vai ficar no bolso deles mesmos.
Para onde vai este dinheiro? Para os diretórios nacionais dos partidos, que distribuem para os diretórios estaduais, do jeito que bem querem. Estes distribuem uma parte para os diretórios municipais, também do jeito que querem. E uma parte, certamente fica no bolso dos donos dos partidos, para as suas próprias despesas. Não há nenhum critério na distribuição do dinheiro do Fundo Eleitoral. Nem há nenhuma fiscalização sobre como o dinheiro foi distribuído. Afinal, cada deputado federal ou senador é dono de um partido em seu Estado ou a nível nacional.
Quando ouvir falar que os deputados e senadores estavam brigando por cinco bilhões de reais para o Fundo Partidário fiquem certos de que estão metendo a mão no seu bolso, pois este dinheiro poderia estar sendo usado em benefício da população como um todo. Para a Saúde, para Educação, para os Serviços Sociais. E vai parar no bolso dos políticos para distribuírem com os seus cabos eleitorais e guardarem uma parte para suas próprias despesas.