Tem gente explorando politicamente a miséria alheia (ou Ouça o áudio do texto)

By | 26/12/2023 10:14 am

(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 19/12/2023)

Antigamente o Natal se destinava à comemoração do nascimento de Jesus e a confraternização familiar. Depois, o transformaram numa época de troca de presentes a serviço do comércio. Agora muita gente pega carona no Natal para mostrar que faz caridade. E criou-se a distribuição de cestas de Natal com os pobres. Distribuição que fazem questão de divulgar o máximo possível, esquecidos de que Jesus, o pretenso homenageado do Natal, dizia: “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita”. Interessante é que muitos dos que distribuem estas cestas destinadas aos pobres muitas vezes são políticos ou pessoas que pensam ingressar na política.

Enquanto se fazia eventos para distribuição de presentes e não se tinha interesse eleitoral, era justificável, pois muitas crianças nunca tinham recebido ou raramente recebiam um presente na vida. Mas a distribuição de feiras é uma afronta aos pobres. Uma família que passou o ano padecendo de fome, recebe uma cesta só porque alguém tem pretensões políticas e resolve fazer uma caridade em vésperas de Natal.

Ainda se justifica que algumas entidades distribuam feiras a todo tempo, numa forma de ajudar quem não tem como comprá-las. Mas entendemos muito válido o ensinamento bíblico, tão repetido por dom Hélder Câmara: “Não dê o peixe, ensine a pescar”. Esta doação permanente acomoda as pessoas e desestimula a que procurem estudar e trabalhar. Fazer uma doação temporária a quem passa por necessidade é uma coisa. Sustentar quem não se interessa por ganhar ele próprio o seu sustento é um mal que se faz às pessoas.

A mesma coisa deve-se dizer com relação a programas governamentais tipo BOLSA FAMÍLIA. Tais programas deveriam ser temporários enquanto as pessoas estão desempregadas ou após desastres ambientais ou financeiros. Tornados permanentes tais programas viciam as                    pessoas à vagabundagem. Hoje é cada vez mais difícil encontrar um trabalhador para contratar na zona rural. E também na zona urbana para serviços domésticos. As cidades estão cheias de “gente de rua”, saudáveis e capazes de trabalhar, que preferem viver “largadas”, vivendo da caridade pública, muitas vezes dedicadas às bebidas e às drogas. Quem quiser ver isso, procure ver de perto o que fazem estas pessoas, principalmente nas cidades maiores.

Nós precisamos é de programas para recuperar estas pessoas, os dependentes de “bolsas famílias” e o “povo de rua”, para que se tornem produtivas. Para os governantes é muito fácil distribuir estas bolsas, ganham votos como isso, mas estão viciando as pessoas e ao invés de lhes fazer o bem, os estão estimulando a não fazer nada produtivo. Tais programas poderiam até ajudá-los temporariamente, mas exigindo deles participar de uma formação profissional e a prestação de serviços públicos. A mesma coisa se diga às instituições religiosas e outras que mantém a distribuição de feiras. Cobrar alguma coisa ou serviço em troca.

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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