Contrariando Congresso, Governo Lula anuncia MP que reonera folha de pagamentos; Efraim reage (com comentário nosso)

By | 29/12/2023 11:42 am

Em publicação nas redes sociais, Efraim Filho disse que o anúncio do ministro contraria o Congresso Nacional, que aprovou a continuidade da desoneração, e demonstra falta de diálogo do Governo Federal com os parlamentares.

 

(Jornal da Paraíba com informações do G1, e 28/12/2023)

 

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estende a desoneração da folha de pagamentos até dezembro de 2027, o senador paraibano Efraim Filho (União) reagiu, nesta quinta-feira (28), à decisão do Governo Lula (PT) em editar uma medida provisória que reonera, de forma gradativa, a folha de pagamentos a partir do próximo ano. Em publicação nas redes sociais, o parlamentar paraibano disse que o anúncio contraria a vontade do Congresso Nacional.

Mais cedo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, promulgou a lei, de autoria de Efraim, que renova a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. O texto também reduz a alíquota de contribuição para mais de 5,3 mil Municípios ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) para 8%. O anúncio de Haddad pegou alguns parlamentares de surpresa, que reagiram à decisão e já começaram a se mobilizar para rejeitar a proposta.

A edição da MP contraria uma decisão tomada por ampla maioria pelo Congresso. Vai sofrer resistências desde a largada. Traz insegurança jurídica para o empreendedor, que no dia 01/01 ficará sem saber qual regra seguir, se a da MP ou da lei aprovada pelo Congresso e hoje publicada, escreveu o senador nas redes sociais.

Ainda pela manhã, o ministro Fernando Haddad anunciou um conjunto de novas medidas que serão enviadas pelo governo ao Congresso Nacional para melhorar a situação das contas públicas federais nos próximos anos, incluindo a reoneração. As medidas, que ainda serão oficializadas no Diário Oficial da União (DOU), buscam, entre outros fatores, garantir que o governo consiga cumprir a meta fiscal prevista no Orçamento de 2024 – de déficit zero, ou seja, gastar apenas o que será arrecadado no ano, sem aumentar a dívida pública.

Desoneração

Segundo a equipe econômica, a desoneração da folha de pagamento apenas dos 17 setores, no modelo aprovado pelo Congresso, representaria uma queda de arrecadação de R$ 12 bilhões em 2024. O governo chegou a citar um impacto total de R$ 25 bilhões do texto, considerando outros itens (como a desoneração da folha das prefeituras de pequenos municípios).

Nesta quinta, o governo informou que, com a reoneração prevista pela MP, o custo cairia para cerca de R$ 6 bilhões – valor que seria compensado pelas mudanças no Perse. A medida do governo muda a lógica do benefício. No lugar da desoneração da folha, que previa pagamento de 1% a 4,5% sobre a receita bruta da empresa, o governo propõe agora que paguem uma alíquota de 10% ou 15% até o valor de um salário mínimo. O que passar disso, pagará uma alíquota normal, de 20%.

Em vez de setores, a desoneração será concedida para classificação principal de atividade econômica das empresas, divididas em dois grupos: desoneração de 10% para 17 categorias; desoneração de 15% para 25 categorias. Os grupos foram divididos segundo critérios de alcance do benefício atual e de geração de emprego. Como contrapartida, as empresas beneficiadas deverão manter o mesmo patamar de empregos atual.

“A MP não é o melhor caminho, um projeto de lei, com essas propostas de alteração, dando tempo e prazo para o debate das ideias, esse sim seria um sinal de que o governo quer o diálogo com o Congresso Nacional”, concluiu Efraim.

Outras medidas

Além da reoneração da folha, o governo anunciou outras duas medidas: a limitação das compensações tributárias feitas pelas empresas – ou seja, de impostos que não serão recolhidos nos próximos anos para “compensar” impostos pagos indevidamente em anos anteriores e já reconhecidos pela Justiça e mudanças no Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), criado na pandemia para beneficiar o setor cultural e prorrogado pelo Congresso, em maio, até 2026.

Comentário do programa

Efraim Morais diz que o Governo com as novas medidas contraria o Congresso Nacional. Realmente, as medidas contrariam os bandidos que querem continuar dinheiro do INSS para encher os cofres dos empresários. Se amanhã, a previdência estiver em dificuldades como está agora na Argentina, o Governo vai ter que reduzir as aposentadorias e nós aposentados é que vamos pagar a conta. Ou seja, qualquer problema futuro na Previdência será de reponsabilidade dos parlamentares que estão patrocinando a desoneração da Folha de Pagamento. O trabalhador vai continuar tendo descontos de 8% do que ganha mas determinadas empresas ao invés de recolherem os vinte por cento atuais (12% delas e 8% dos trabalhadores) só recolherão um pequeno percentual sobre a sua receita bruta. Da mesma forma, as prefeituras pequenas recolherão menos dinheiro para os seus institutos de previdência, comprometendo o futuro das aposentadorias dos servidores municipais. Efraim e seus companheiros querem beneficiar as prefeituras e prejudicar a futura aposentadoria dos servidores municipais. Ou seja, atiram com a pólvora alheia para prejudicar os aposentados e beneficiar prefeitos e empresários. Não se pode perder de vista que Governo não fabrica dinheiro, quem financia a administração são os impostos que pagamos. E quem ganha dinheiro na indústria, no comércio, na prestação de serviços tem que reservar uma parte dos seus lucros para os impostos, assim como o trabalhador também paga imposto sobre o seu ganho e sobre tudo o que compra. (LGLM)

 

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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