Diante de sinais enviados pelo Congresso, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se prepara para negociar uma possível reforma administrativa a partir da retomada dos trabalhos do Legislativo, em fevereiro.
A ideia é evitar que o governo seja “atropelado” pelo parlamento na discussão. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer abraçar a aprovação dessa reforma – que também conta com apoio no Senado.
Segundo assessores de Lula, se o governo não negociar, o Congresso vai aprovar sua versão da reforma mesmo assim. A proposta em tramitação é do governo Jair Bolsonaro e não tem apoio do PT.
Ministros do atual governo dizem que não vai ser suficiente o governo simplesmente fazer oposição ao texto e tentar barrá-lo. Na atual composição do Congresso, mais conservadora e liberal, o tema tem apoio amplo.
Na campanha em 2022, Lula chegou a prometer uma reforma administrativa para fazer frente a críticas do então candidato à reeleição Jair Bolsonaro.
Essa reforma vai na linha defendida pelo mercado de reduzir os gastos governamentais nas três esferas (federal, estadual e municipal).
Um assessor de Lula ouvido pelo blog diz concordar com a crítica recorrente de que, até agora, o governo só tratou de medidas para elevar a arrecadação – mas avançou pouco nas ideias para cortar gastos. O Executivo, segundo esse assessor, está sendo cobrado e terá que dar respostas.
O governo deve tentar, agora, aproveitar a votação da reforma administrativa para colocar um fim na farra dos salários milionários.
Já há propostas nesse sentido tramitando no Congresso, inclusive, com o apoio de Rodrigo Pacheco. A ideia entre aliados de Lula é aproveitar a discussão da reforma administrativa para incluir o fim dos supersalários no pacote.
Comentário nosso
É muito justo cortar os salários que ultrapassam o teto estabelecido pela Constituição. Mas para isso vão ter que enfrentar resistência de muita gente boa. Os maiores absurdos estão no Congresso Nacional com penduricalhos de todo o tipo e no Poder Judiciário, com todo tipo de vantagens além da remuneração propriamente dita. Um parlamentar recebe pouco mais de trinta mil reais por mês, (um salário rasoável) mas entre salários, auxilios e benefícios ele custa cento e setenta mil reais por mês ao Tesouro Nacional. Só de auxilia moradia eles recebem quatro mil reais por mês, mesmo que tenha apartartamento próprio em Brasília, além de combustíveis, passagens para lá e para cá, auxilio palitó e outros mais. Ministros têm apartamentos funcionais, andam em carros oficiais com gasolina ou diesel pagos por nós, além de muitas outras regalias que excedem muito os seus salários. Nenhum deles custa menos de cem mil ao Tesouro Nacional. Vamos ver se os deputados e senadores vão ter coragem de “cortar na própria carne” ou se são rebaixar os salários do outros. Eles vão alegar que certas vanragens não são salários, mas são despesas que os outros trabalhadors têm que pagar e eles não pagam. (LGLM)