A mitologia petista, deve-se reconhecer, faz um tremendo sucesso nas redes sociais, um ambiente no qual as afinidades tribais valem muito mais do que a verdade factual. Porém, por mais tentador que seja pregar para convertidos, o ministro Paulo Pimenta poderia ao menos fingir que se comporta com algum grau de espírito público e respeito à institucionalidade no exercício do cargo. Afinal, convém recordar, a comunicação governamental deve se dirigir a todos os cidadãos, e não apenas aos que se ajoelham sob o altar da seita lulopetista. Ademais, no rol de competências da Secom, bem delimitado no art. 1.º do Anexo I do Decreto n.º 11.362/2023, não está servir de dublê de analista político nem tampouco atuar como ombudsman do jornalismo profissional.
Contudo, se o chefe da Secom deseja ensinar como a imprensa deve realizar o seu trabalho e especular sobre quais seriam seus objetivos ao publicar informações de interesse público, que então peça exoneração do cargo, reassuma seu mandato de deputado federal e ocupe a tribuna da Câmara para vocalizar suas aleivosias num local mais apropriado. Naturalmente, nada disso vai acontecer. O ministro Paulo Pimenta, e não só ele, conta com a benevolência de seu chefe diante dessa extrapolação de atribuições. O País atravessa uma preocupante fase em que noções como republicanismo, impessoalidade na administração pública e papéis e responsabilidades de servidores parecem ter se tornado obsoletas.
Só uma mente muito fértil ou mal-intencionada, daquelas suscetíveis às teorias da conspiração, é capaz de conceber a ideia de que, de tempos em tempos, haveria uma grande articulação a portas fechadas entre veículos jornalísticos com o único propósito de desestabilizar um governo, seja qual for. Ora, se a imprensa independente age em “sincronia e articulação” nas críticas pontuais à retomada dos investimentos na Refinaria Abreu e Lima, isso não é outra coisa senão um sinal inequívoco de que jornalistas dignos da profissão têm memória e essa imprensa está cumprindo sua função primordial de ser guardiã da verdade factual, levando à sociedade informações de seu interesse a tempo certo.
Como a fênix, Lula pode ter renascido das cinzas para voltar à Presidência da República depois de todos os reveses políticos e jurídicos pelos quais passou nos últimos anos. Mas isso não muda os fatos nem reescreve a história do País. Seu triunfo eleitoral não tem o condão de criar uma nova “realidade”. Os erros e os crimes cometidos durante os governos de Lula e Dilma Rousseff no setor de óleo e gás, que arruinaram a Petrobras em nome de delirantes projetos desenvolvimentistas e de imperativos eleitorais e corruptos, não se apagam pela força da vontade ou do discurso do chefe da Secom.
As diatribes do ministro Paulo Pimenta, reverberadas pela presidente de seu partido, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), são típicas de quem não se conforma em ver decisões de governo serem escrutinadas pela imprensa profissional e independente. Ou seja, de quem não nutre simpatia por um pilar fundamental da democracia.
Comentário nosso
O PT apenas mostra que é “farinha do mesmo saco que o Centrão, o PB bolsonarista e quase todos os partidos que existem no Brasil. Todos só pensam naquilo. Enganar o eleitor de qualquer maneira para ganhar votos. Todos são capazes de tudo e o PT não é muito diferente dos demais. Por mais insano que seja um projeto eles o anunciam e implantam visando os votos que lhe podem render. Porque Bolsonaro estimulou a aquisição de armas de fogo? Visando agradar determinados setores, a chamada “bancada da bala”. Este é o exemplo mais gritante. Por que Bolsonaro diminui determinados impostos, para reduzir o preço da gasolina e agradar determinados setores do eleitorado. E agora estamos vendo o preço dos combustíveis subirem, por que os Estados precisam de dinheiro para pagar as suas contas. Temos que dar uma surra de votos em todos os impostores sejam este ano nos candidatos a prefeito e a vereador, seja daqui a dois anos nos candidatos a deputado, senador, governador ou a presidente. Não podemos permitir que nenhum dos que aí estão voltem a “gozar com a nossa cara”. Não vamos fazer papel de bestas. Vamos mudar de candidato a cada eleição para ver se um dia alguns deles criam vergonha. A gente sabe que vai demorar, mais um dia a gente consegue. (LGLM)