Tivemos 246 inquéritos no ano passado e cerca de 280 medidas protetivas
(Wânia Nóbrega, no Portal Patoense, em 08/03/2024)
O Dia Internacional da mulher, nesta sexta-feira, 8 de março, é um dia de luta e de combate ao feminicídio. Em Patos, a delegada titular da Delegacia Especializada da Mulher (DEAM), Dra. Sílvia Alencar, falou à reportagem do Portal Patoense sobre os registros de violência e a preocupação para uma possível subnotificação dos casos.
“Não vejo aumento significativo. Pelo contrário, me preocupa a ausência de demanda. Não temos muita procura na delegacia, nem muitas ocorrências vindas de outros órgãos como PM ou órgão da rede de proteção. Não sei explicar esse fenômeno, pois sabemos que a violência existe, mas a mulher não tem coragem de denunciar e vive nos infinitos ciclos de violência doméstica e familiar sem tomar nenhuma atitude. Tivemos 246 inquéritos no ano passado e cerca de 280 medidas protetivas. Isso é pouco quando se tem uma população de mais de 100.000 habitantes”, alertou Dra. Silvia Alencar.
De acordo com o levantamento do Núcleo de Dados da Rede Paraíba de Comunicação, pelo menos cinco mulheres já foram vítimas de feminicídios em 2024, na Paraíba.
Comentário nosso
Não me surpreende o fato de as mulheres não providenciarem denúncias nos casos em que sofrem violência doméstica. As denúncias, ao nosso ver, ao invés de diminuirem o número de denúncias estão é estimulando a violência doméstica. É tanto que são inúmeros os casos de maridos denunciados que terminam matando as denunciantes. Esta semana mesma foi noticiado a morte de uma mulher que foi assassinada quando voltava da delegacia onde fora fazer a denúncia. Quem teria dito a ele que ela fora denunciá-lo, a própria polícia? Talvez fosse interessante haver uma entidade que intermediasse as denúncias, como por exemplo, o Conselho da Mulher. Este receberia a denúncia em sigilo e repassava para a polícia como se a tivesse recebido de uma terceira pessoa. (LGLM)