Ranking dos salários: prefeitos mantêm salários ‘gordos’ em pequenas cidades

By | 18/03/2024 11:30 am

A Câmara Municipal de Pombal, no Sertão do Estado, aprovou um aumento no início deste mês para os salários do prefeito, Doutor Verissinho, do vice e dos secretários municipais. Um reajuste de 6,97%. O gestor, que governa a cidade em seu segundo mandato, já recebe atualmente um subsídio generoso: R$ 27,7 mil mensais.

O montante atual já é maior que o salário pago ao prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (R$ 25,7 mil), e bem próximo ao do prefeito Cícero Lucena, de João Pessoa, que recebe hoje R$ 28 mil.

Com o reajuste Verissinho passará a ter o maior salário entre os prefeitos paraibanos, de R$ 29,6 mil. Uma situação fora de órbita, já que Pombal é somente a 12ª cidade em população do Estado, com pouco mais de 32 mil habitantes. E, presume-se, não deve ter um custo de vida, nem um orçamento, maiores que o da Capital.

O Blog procurou o prefeito Verissinho e sua assessoria, mas até agora não obteve resposta sobre o tema.

Outros salários superiores a R$ 20 mil

O caso do prefeito de Pombal, contudo, não é o único a revelar uma distorção lógica nas remunerações de prefeitos do Estado.

O Blog fez um levantamento minucioso nos salários de todos os 223 prefeitos da Paraíba, com base nos dados disponibilizados pelo Sagres, do TCE. Foram observados os salários de toda a série histórica de pagamentos relativos ao ano de 2023.

A constatação é de que a Paraíba tem hoje 30 cidades pagando R$ 20 mil ou mais a chefes dos executivos municipais. Nessa lista há 23 municípios pequenos, que possuem orçamentos apertados, mas cujas prefeituras desembolsam salários ‘gordos’ aos seus gestores.

É o caso, por exemplo, da cidade de São José de Piranhas, no Sertão. Lá o salário do prefeito chega a R$ 24 mil. Em Tavares o gestor recebe R$ 22 mil por mês. Em Itapororoca são pagos R$ 22,5 mil. Já em Joca Claudino os vencimentos chegam a R$ 20 mil. O mesmo valor é pago em cidades pequenas como Santa Helena, Santa Terezinha, Teixeira e Monte Horebe.

Cabe aqui um registro. Os prefeitos precisam ter uma remuneração satisfatória, assim como os demais servidores dos municípios, que muitas vezes fazem greves para conseguir pequenos reajustes.

O alerta é para as distorções entre custo de vida, orçamentos pequenos nas prefeituras e o tamanho das remunerações desses gestores. Nessas cidades, muitas vezes, parte da população sobrevive com pequenas rendas de aposentadorias ou contratos com o poder público.

Dias atrás o Tribunal de Justiça do Estado declarou inconstitucional um reajuste promovido, por decreto, pelo prefeito de Zabelê, Dalysson Neves. O gestor quis, na época, ampliar o próprio salário com uma canetada para passar de R$ 12 mil para R$ 16,8 mil. Sem autorização do Legislativo.

Veja o Ranking dos maiores salários de prefeitos

Pombal – R$ 29,6 mil

João Pessoa – R$ 28 mil

Campina Grande  – R$ 25,7 mil

Guarabira – R$ 25 mil

Cajazeiras – R$ 24 mil

Cabedelo – R$ 24 mil

Princesa Isabel – R$ 24 mil

São José de Piranhas – R$ 24 mil

Esperança – R$ 23,6 mil

Itapororoca – R$ 22,5 mil

Pedras de Fogo – R$ 22,3 mil

Tavares – R$ 22 mil

Comentário nosso

Para quem maneja com milhões de reais todo mês, o salário até que é razoável. Embora haja certo exagero em alguns casos. E se torna aceitável se os senhores prefeitos se contentarem só com os vencimentos e não permitirem que ninguém roube, nem desvie para seus parentes. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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