(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 19/03/2024)
A imprensa independente geralmente tem uma tendência oposicionista, pela vigilância que se obriga a ter sobre os que nos governam. E a oposição em si é a maior responsável por um bom desempenho do governante de plantão. Se tem uma oposição forte, o governante faz o máximo possível para exercer bem a sua função. A prova maior nós temos nas administrações municipais. Por que uma das primeiras providências de um novo prefeito é atrair o maior número de vereadores para a bancada da situação? Mesmo que tenha que “comprá-los”, seja de que forma for? Porque uma oposição forte, fiscalizará tenazmente a administração e denunciará as coisas erradas que forem sendo praticadas pela administração. E poderá sugerir soluções para os problemas apontados.
Às vezes um único adversário, se tiver conhecimento de administração e tiver garra para fiscalizar e descobrir os maus-feitos, infernizam a vida de um prefeito. E muito mais fará uma bancada forte que além de denunciar possa impedir que projetos mal-intencionados sejam aprovados.
Numa Câmara como a de Patos, com uma bancada situacionista de treze a quatro, o prefeito tem maioria absoluta, com no mínimo 9 votos, para aprovar qualquer projeto, e uma maioria qualificada de 2/3 para votações específicas. Ou seja, ele “pode pintar e bordar”!
É por isso que sempre defendemos a existência de uma bancada de oposição combativa que vai fiscalizar severamente a administração e que se tiver um número razoável de integrantes poderá impedir que muitos projetos nocivos ao município venham a ser aprovados.
Com uma bancada de oposição que não se deixe vender por ninharias ou mesmo por um preço avultado, a cidade terá um prefeito muito mais atencioso com relação às necessidades da população. Ou seja, com uma bancada de oposição atenta e batalhadora a cidade terá sempre uma administração muito melhor. Por trás de um gestor, sempre há uma multidão de pessoas mal-intencionadas, defendendo ferrenhamente os seus próprios interesses. Se a cidade não contar com uma oposição vigilante na sua Câmara de Vereadores, o prefeito vai atender primeiros os interesses de seus comparsas, para só depois atender a população em geral.
Por isso, o eleitor precisa estar atento desde a hora em que for escolher o seu candidato a vereador. Um candidato a vereador que apoia alguém só porque é prefeito, na sua maioria está contando com receber vantagens do candidato para se eleger e tem tudo para ser amanhã um simples “puxa-saco” do prefeito, um vereador lagartixa aprovando tudo o que o prefeito quiser e nunca será um fiscal para evitar que malfeitos sejam praticados. Ou seja, um “puxa-saco” será sempre um inimigo da população. E quem é “puxa-saco” antes da eleição continuará “puxa-saco” se um dia se eleger.
Um candidato que não está indo atrás das vantagens de agora, mas é crítico de um determinado candidato, será provavelmente um crítico daquele que critica agora se ele se eleger prefeito. Se o candidato melhor for eleito, o vereador eleito com ele poderá ser um apoiador crítico, que terá a coragem de lhe falar a verdade quando a verdade precisar ser dita.
Por isso na hora de escolher seu vereador escolha um candidato independente que tenha coragem de falar a verdade, quando for necessário dizê-la, qualquer que seja o prefeito que seja eleito.
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