Vereador de Assunção causa polêmica ao dizer que concurso público é um câncer e criticar servidores que trabalham “só oito horas” (com comentário nosso)

By | 22/03/2024 9:16 am

O vereador também criticou os servidores concursados, alegando que eles demonstram uma postura menos comprometida com o trabalho em comparação com os funcionários contratados.

 

Durante a última sessão ordinária da Câmara Municipal de Assunção, realizada na quarta-feira (20), o vereador Valdécio de Oliveira Santos, conhecido como Lula, fez declarações polêmicas criticando o sistema de concurso público. Lula, que foi eleito como parlamentar nas eleições de 2020 pelo PTB com 286 votos, afirmou que o concurso público é um “câncer” para a administração municipal.

Conforme as imagens da sessão, durante sua fala, o vereador também criticou os servidores concursados, alegando que eles demonstram uma postura menos comprometida com o trabalho em comparação com os funcionários contratados.

Lula destacou especificamente o horário de trabalho dos servidores, mencionando que os contratados, como os garis, costumam iniciar suas atividades mais cedo, enquanto os concursados, como os motoristas, geralmente começam a trabalhar apenas no horário estabelecido. Ele sugeriu que os contratados têm uma atitude mais dedicada em relação ao trabalho.

No entanto, um outro vereador presente na sessão lembrou a Lula que o concurso público é uma exigência legal, conforme previsto em lei. Apesar disso, o parlamentar não mudou sua posição e continuou a criticar os servidores concursados.

Veja o trecho abaixo:

As declarações de Lula geraram controvérsia e levantaram debates sobre a importância do concurso público como meio de garantir a eficiência e a transparência na administração pública. A posição do vereador reflete uma visão contrária ao sistema de seleção baseado em mérito e critérios objetivos, que é amplamente defendido por setores da sociedade e por órgãos de controle.

Comentário nosso

O vereador errou o alvo ao acusar os concursados de falta de compromisso. E um direito inalienável do trabalhador é ter uma jornada previsível, para organizar a sua vida. O câncer não é o concurso, o câncer do funcionalismo é a estabilidade. O concurso público foi criado para evitar que todo prefeito enchesse a prefeitura com os seus “puxa-sacos”, como eles fazem com os contratados. E muitos se transformam até em “fantasmas”. E o concurso, por sua vez, dá independência aos efetivos. Só que a estabilidade faz com que a maioria deles se acomodem e muitos terminem simplesmente sem querer trabalhar.  O servidor deveria fazer concurso como o fazem os funcionários do Banco do Brasil, do Banco do Nordeste e da Caixa, só que, se não “derem conta do recado”, podem ser demitidos.  Ou seja os servidores públicos que não exerçam funções para as quais a estabilidade é imprescindível, deveriam ser estatutários, sujeitos à legislação da CLT. Se não cumprir a sua função pode ser dispensado.  Cada prefeitura deveria ter uma fundação para contratar seus funcionários administrativos, além pessoal da saúde, educação, transporte, vigilância. Só teriam estabilidade os agentes de trânsito, os fiscais, os auditores, os guardas civis e outras funções, que precisam da estabilidade para garantir o exercício da função. (LGLM)

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Category: Regionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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