Secretária de desenvolvimento social de Patos explica revisão do CadÚnico que bloqueou cadastros do Bolsa Família (confira comentário nosso)

By | 01/05/2024 8:58 am

Helena explicou que, por ser autodeclaratório e contar com cruzamento de dados de vários sistemas, muitas famílias são cortadas por informações contrárias ao perfil do programa.

 

(Wânia Nóbrega, no Portal Patoense, 30/04/2024)

 

A secretária de desenvolvimento social de Patos, Helena Wanderley, concedeu entrevista ao Espinharas Notícias desta terça-feira, dia 30, e explicou sobre o número de pessoas bloqueadas no programa Bolsa Família, do Governo Federal.

Helena revelou o que pode estar acontecendo com as famílias que são cortadas do programa, por omissão de informações e cruzamento de dados com os sistemas do governo.

“Hoje o ministério faz um cruzamento de dados no cadastro único, com 23 sistemas. Então o que acontece com um sistema ele é imediatamente cruzado com o cadastro único. O que acontecia é que muitas famílias acabavam sem colocar todas as informações. Acabavam omitindo muitas informações. Hoje, como o sistema está, não adianta omitir informações. Começa pelo cadastro do agente de saúde, ele tem que ser exatamente igual ao cadastro único. Quando você consegue um trabalho na hora que começa a descontar o INSS, hoje nem precisa mais você ir atualizar, no outro mês, essa renda já passa para o cadastro único sem você precisar ir nem lá. Qualquer informação já chega uma advertência para o cadastro da gente e já com bloqueio. Muita gente se cadastrou sem ser do perfil.

No período da pandemia, com o auxílio emergencial muita gente podia se cadastrar e acabou, mais de uma pessoa de cada família, terminava se cadastrando, quando voltou a ser o bolsa família, essas famílias continuaram recebendo, então ficou injusto. Tinha família que não recebia nada, porque não estava com o cadastro atualizado, não tinha direito ao auxílio emergencial e outra família com 2 ou 3 pessoas recebendo o valor de 600,00. Aí a CGU entrou nisso pra fazer a fiscalização, junto com o Ministério Público Federal e o próprio Ministério que criou o sistema para bloquear essas pessoas”, explicou Helena.

Comentário nosso

Antigamente o CadÚnico era um programa simples, sem sofisticação, que aceitava toda informação que se punha nele. Depois o programa foi se sofisticando e passou a ser cruzado com outros programas do Governo Federal. Neste cruzamento o programa foi descobrindo as inconsistências. Por exemplo, o representante da família deixava de informar outras pessoas da família que tinham renda, para ficar enquadrado nos limites do sistema. O programa descobria estas pessoas, juntava a renda ao resto da família e aquela família ficava fora do perfil do programa e era excluída do CadÚnico. Ou uma pessoa da família era informada como se não trabalhasse, depois o programa descobria que ela passara a trabalhar e mesmo que não fossem lá na repartição que controlava o CadÚnico informar aquela renda nova da família, o sistema cruzava com o INSS e encontrava aquele morador trabalhando. A família passava a ficar fora do perfil do programa Bolsa Família e era excluída. Hoje, as pessoas não precisam nem atualizar determinadas informações, pois o programa do CadÚnico cruza suas informações com 23 outros programas do Governo Federal. Programas como RAIS onde estão os cadastros de todos os trabalhadores, Seguro-Desemprego, INSS, Institutos de Previdência Municipais, Cadastros dos Agentes de Saúde e assim por diante. Onde for colocada qualquer informação de uma pessoa daquela família, o sistema vai encontrar a informação e vai atualizar o CadÚnico. Por isso, se sua família ficar fora do perfil do Programa do Bolsa Família, o sistema vai ser atualizado com qualquer informação nova e sua família vai ser excluída do programa. E aí, não tem proteção política nenhuma que faça com que você volte a participar do programa. Antigamente, com proteção política se podia manusear os dados do programa e beneficiar os protegidos. Hoje, qualquer tentativa de burlar o programa poderá dar punição administrativa para quem o tentar. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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