(Misael Nóbrega de Sousa, professor, jornalista e futuro vereador, em 10/05/2024)
O deputado Federal paraibano Hugo Mota, do Republicanos, sacudiu o Brasil ontem (9/5), com a autoria do projeto de lei complementar 40/2024 que, em tese, prevê crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada (a proposta atinge apenas pessoas física, microempreendedores individuais e as microempresas). Só que o mesmo projeto permite aos bancos, caso o trabalhador fique inadimplente, usarem o saldo da conta bancária do devedor para pagamento de dívida, e se não houver saldo, determina que seja confiscado o dinheiro do FGTS. Ou seja: dá com uma mão e tira com a outra? Sim, mas não tem que pagar? Tem, deputado. Mas nem todo mundo deve porque quer ou porque gosta. Há aqueles que têm problemas no planejamento financeiro e por ganhar pouco ou não ter outra fonte de receita (poupança, bens, etc) não vê outro jeito que não renegociar a dívida, por exemplo. Com a velocidade das redes sociais, houve uma enxurrada de críticas ao parlamentar bolsonarista, principalmente do deputado Mauro Benevides (PDT-CE), o que fez Hugo Mota bloquear os comentários em sua conta de Instagram. Alguns o chamaram inclusive de Justo Veríssimo, personagem de Chico Anysio que tinha pavor de pobre: “O povo que se exploda”, dizia. Lembra? Rapidamente, após o tiro no pé, Hugo Mota informou que iria retirar de pauta o projeto de lei complementar 40/2024, para “discutir melhor” e que “falar em confisco é fake news”. Alegando ainda instabilidade na rede disse que “o vídeo não estava indo completo e que dialogar com respeito e sempre com a verdade é um compromisso do nosso mandato”. É deputado, pino foi feito para se bater. Não sei se o senhor leu o projeto que mesmo fez ou se confiou na sua equipe jurídica; o fato é que pegou mal para o trabalhador que já vive de forma tão sacrificada e desigual nesse Brasil brasileiro de ricos e poderosos…