O PODER REVOLUCIONÁRIO DA LEITURA

By | 13/05/2024 8:24 am

(Artigo do jornalista Rui Leitão, publicado no jornal A UNIÃO edição de domingo, 12/05/2024)

Quem não tem o hábito da leitura está condenado a crer em tudo o que lhe dizem. Aos outros transfere a responsabilidade de interpretar o que teria obrigação de saber. Perde a condição de análise crítica. Aí fica fácil aceitar a opinião do outro como sendo verdadeira. Apropria-se do pensamento alheio. Fica a mercê de julgamentos muitas vezes incorretos.

A ditadura das mídias sociais e das bolhas ideológicas transforma aqueles que não têm o costume de ler, em robôs repetidores do que divulga, embarcando no que podemos chamar de hipnose coletiva. A leitura nos dá a oportunidade de criticar o que nos tentam vender. Assim, ficamos imunes às manipulações de consciência. Se não conseguimos criar referências, não podemos promover mudanças em nossas vidas.

Entramos, portanto, num ciclo da mediocridade. Fica difícil interpretar o mundo, questioná-lo e analisá-lo. A leitura nos convida a sair da zona de conforto e procurar descobrir o desconhecido. Tornarmo-nos capazes de confrontar o outro. Não podemos correr o risco de metamoforsearmo-nos em pessoas inúteis porque achamos a leitura algo sem importância. Quando assim agimos, abrimos mão da capacidade de pensar.

A futilidade das informações que nos são fornecidas pela internet, faz com que nos tornemos indivíduos alienados. Ficamos impossibilitados de apreender a realidade da vida. Sem o hábito da leitura não podemos sequer sonhar, porque nos conformamos com o que nos é apresentado. Vem daí a razão dos déspotas em inibir o acesso às informações. O melhor para eles é que o nosso saber seja limitado pelo que a eles convém.

Ler é sinônimo de libertar-se. Dar asas à imaginação, ainda que contrarie muitos, principalmente aqueles que desejam impor algemas no direito de caminhar com os próprios passos. Quando proíbem a leitura livre, impõem a censura para estabelecer a submissão. Estimulam a apatia, para não enfrentarem problemas de questionamentos. Eles têm medo das leituras que despertem consciências.

A leitura tem poder revolucionário, porque desenvolve o pensar. A falta de leitura fecha nossos olhos para a realidade que alguns tentam esconder, porque temem que se encontrem explicações para aquilo que possa por em risco seus poderes. Lendo nos livramos da humilhante posição de subserviência.

Comentário nosso

Eu sou viciado em leitura, graças a infância. Tive em casa o exemplo de meus pais, que apesar do pouco estudo eram altamente bem informados, por que gostava de ler, o que passou para os filhos e que passamos para os nossos filhos, graças a Deus. O meu gosto pela leitura foi incentivado no seminário, onde eu dedicava parte do tempo disponível à leitura. Devo ter lido a maior parte da biblioteca do seminário nos seis anos que passei lá. Ainda hoje sou leitor compulsivo. Leio um dos livros por mês, fora o que leio no computador e no celular. O maior medo que eu tenho é ter a vista prejudicada a ponto de não poder mais ler. Mas na leitura eu continuo aprendendo.  Gosto de ler perto do computador, pois quando surgem dúvidas, eu recorro ao “novo pai dos burros”, o Google. Ou à Wikipédia.  (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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