Denominação cristã suspeita de fraudes e fake news e decide concentrar ajuda da congregação
A liderança máxima dos Testemunhas de Jeová no Brasil pediu às suas congregações que orientem os fiéis a não participarem de campanhas de arrecadação e a não enviarem dinheiro para desabrigados no Rio Grande do Sul.
Para os fiéis que, mesmo assim, quiserem doar, a instituição religiosa recomenda que a transação seja feita para o Pix da igreja.
“Se a sua congregação ainda não foi convidada [a ajudar], pedimos que não façam arranjos pessoais para enviar doações”, diz a liderança em uma carta cuja autenticidade foi confirmada.
Ainda de acordo com o comunicado, somente as congregações de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul foram mobilizadas para participar no envio de doações. A carta informa que cerca de 2.000 fiéis afetados pela enchente já estão recebendo os cuidados necessários.
A liderança diz a seus anciãos —que cuidam da parte administrativa das congregações— que a ajuda prestada em desastres precisa ser “bem organizada e coordenada de modo eficiente”.
Os Testemunhas se definem como bem cuidadosos ao usar os donativos. “Evitamos duplicação de esforços, confusões e desperdício de dinheiro e de materiais, coisas que geralmente acontecem quando os irmãos agem por conta própria”, diz a carta.
Consultado, o Departamento de Informações ao Público (DIP) dos Testemunhas de Jeová disse que, no início das enchentes, diversos veículos de mídia alertaram sobre golpes financeiros e fake news envolvendo a ajuda aos refugiados.
“Nesse contexto, procuramos alertar e orientar os interessados em fornecer ajuda humanitária de forma organizada”, disse a instituição.
“Naturalmente, cada Testemunha de Jeová pode decidir se e como irá apoiar campanhas de ajuda humanitária, independentemente do modo em que sejam prestadas.”
Comentário nosso
A gente nunca pode confiar exatamente no que diz a manchete. Há manchetes mal elaboradas que podem levar o leitor a erro, principalmente se ele for passar a notícia para a frente, ou seja, divulgá-la em conversas ou em postagens na internet. A manchete desta notícia é uma delas. Quem lê a notícia na íntegra vai ver que a denominação não orientou os fiéis a simplesmente deixarem de fazer doações para os desabrigados do Rio Grande do Sul. Eles estão orientando seus fiéis para fazerem as doações através dos organismos da igreja. E com toda razão. Tem muito “picareta” fazendo arrecadação de objetos e de dinheiro para as vítimas das calamidades no Rio Grande do Sul e simplesmente desviando parte daquilo que conseguem arrecadar, quando não desviam tudo, como no caso de dinheiro. Outra coisa, muita gente está organizando estas campanhas com o sentido de “aparecer”. Por isso, cuidado para não estar ajudando um “picareta” destes a tirar proveito de sua boa vontade. Só faça doações de qualquer tipo a instituições sérias, que tenham um nome a zela. Sabemos que muitas vezes nestas instituições também têm “picaretas”, mas pelo menos, você teve cuidado em tentar evitar as picaretagens. (LGLM)