(José Romildo Sousa, Escritor, poeta, historiador e consultor cultural, no Facebook, em 17/03/2021)
Um dos primeiros equipamentos patoenses de fabricação de pães, bolachas e biscoito foi a Padaria do Major Francisco Lustosa Cabral, mais conhecido pelo nome do Xixi Cabral, genitor do escritor Nelson Lustosa Cabral. Quanto a confirmação da existência desta padaria, quem esclarece é José Permínio Wanderley, em seu livro Retalhos do Sertão, quando ele se reportar o que escreveu Nelson Lustosa no seu trabalho Paisagens do Nordeste sobre a invasão da padaria do seu pai, ocorrido na Revolução de 1912: “Quanto ao estabelecimento de massas alimentícias do saudoso pai de Nelson Lustosa, de nada me lembro; é possível tenha razão o ilustre escritor patoense, mesmo por que, não era brincadeira arranjar ração para quatrocentos homens, e as bolachas do Major Xixi eram tão gostosas…”.
Outra padaria existente em Patos na década de 30 era a “Padaria de Biu Porto” que ficava localizada na Praça João Pessoa, atual Edivaldo Mota, no prédio onde funcionou tempos depois a fábrica de beneficiamento de café, denominada Café Espinharas, de propriedade de Edvar Teódulo.
Uma das mais antigas padarias das Espinharas foi a de João Teixeira, que ficava na rua da Igreja da Conceição. Existiu também a Padaria de Batista, localizada por traz da Igreja da Conceição, na rua Pedro Caetano que era mais conhecida como Rua da Feira das Frutas.
Quanto a Padaria Cristo Rei, funcionou na Coronel Antônio Pessoa, a tradicional rua do Prado, a partir da década de 30, pertencente a Seu João, que era sogro do Capitão Antônio Palmeira, irmão mais velho de Zéu Palmeira. Esta padaria foi depois repassada para Zacarias Aristóbolo da Nobrega que deixou a frente do empreendimento a filha Maria Erondina da Nobrega, mais conhecida pelo nome de Cota.
Seu Adauto Maximiano também teve sua padaria sediada no Prado, a qual iniciou na década de 30, com a denominação de Padaria Santa Terezinha. Segundo seu filho Arnon Medeiros dos Santos, a Padaria de Seu Adauto teve o seu trabalho reconhecido mais ou menos no final da década de 50, quando serviu para ilustrar a capa do Boletim do Biotônico Fontoura.
Existiu também a partir da década de 60 a Padaria Popular de Mauro Mauricio da Nóbrega e Dona Diva, que ficava localizada na rua Epitácio Pessoa, no espaço denominado de “A Balança”.
Seu Ariston, pai do inolvidável Zé Ayres, teve uma padaria a partir dos anos 40 na rua Horácio Nóbrega, bem em frente à Praça dos Pombos, atualmente SENAC, intitulada Panificadora Maravilha.
Na nesta mesma avenida o Senhor Joaquim Medeiros ainda hoje tem a sua Padaria Vitória, dirigida atualmente pelo seu filho Paulinho.
Vicente Mariano, pai de Bartô e Duda, foi proprietário da Padaria São Vicente, perto da padaria Popular de seu Mário, que vem sendo coordenada pelo seu filho Duda.
Seu Cazuza teve uma padaria na rua Leôncio Wanderley que, depois a passou para Raimundo Germano. Seu Antônio, genitor do “Padre Albeni”, também teve uma padaria perto da Caixa D`água. Existiu ainda a do Sr. Elói, que funcionava no Beco Inácio da Catingueira.
Quem também fez história na cidade de Patos foi Seu Zé Preto, produzindo a sua famosa “Bolacha Preta”, na rua do 18 do forte.
As padarias de Patos se tornaram em tempos distantes pioneiras na implantação do sistema delivery, pois tinham o costume de deixar logo bem cedinho os pães nas janelas das casas dos seus clientes. O procedimento não teve lá muito sucesso em virtude dos madrugadores que se aproveitavam da novidade para realizar a primeira alimentação do dia.