Com protestos e rejeição, PL do Aborto deve encalhar no Congresso (confira comentário nosso)

By | 17/06/2024 8:53 am

Acordo feito com a bancada evangélica previa apenas a votação da urgência para que texto sobre aborto seja votado diretamente no plenário

(Mariah Aquino, Gabriel Buss e Maria Eduarda Portela, no Metrópoles, em 

imagem colorida mostra plenário da Câmara dos Deputados cheio de parlamentares na promulgação da Reforma Tributária - Metrópoles

A aprovação de um requerimento de urgência na Câmara dos Deputados gerou forte reação dentro e fora do parlamento. Após pressão da bancada evangélica, foi aprovada a tramitação mais rápida do Projeto de Lei (PL) nº 1.904/24, que equipara o aborto de gestação acima de 22 semanas ao homicídio, inclusive em casos de estupro.

A grande repercussão influenciou o andamento da proposta na Casa Baixa. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende segurar a votação do mérito do texto, e não há previsão nem mesmo para definir a relatoria.

A escolha de uma deputada de centro, fora do campo da direita ou da esquerda, foi ponderada. O nome da deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também foi citado, como coordenadora da bancada feminina com boa interlocução com as diferentes bancadas e política experiente. Apesar disso, o martelo ainda não foi batido.

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi firme ao declarar que “uma matéria dessa natureza jamais iria direto ao plenário do Senado”. Ele disse que não tem opinião formada sobre o tema e pontuou que precisa conhecer o projeto a fundo. No entanto, adiantou: “A separação e a natureza absolutamente distinta entre homicídio e o aborto, isso eu já posso afirmar [que há], porque é assim a legislação penal e assim deve permanecer”.

Já o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ressaltou, na sexta-feira (14/6), que o governo federal não vai atuar para mudar a legislação que trata de aborto no país. Ele enfatizou: “Não contem com o governo para mudar a legislação de aborto no país, ainda mais para mudar para um projeto que estabelece que a mulher estuprada vai ter uma pena duas vezes maior do que o estuprador. Não contem com o governo para essa barbaridade”.

Entenda o texto

A proposta é de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e de outros parlamentares do PL. O projeto visa alterar o Código Penal, que, atualmente, não prevê restrição de tempo para interrupção da gravidez.

Caso seja aprovado, a mulher que realizar aborto acima de 22 semanas pode ser condenada de 6 a 20 anos de reclusão. O crime de estupro, todavia, é punível de 6 a 10 anos.]

Comentário nosso

Sem querer entrar no mérito da questão, tem algo estranho na reação popular contra este projeto de lei. Católicos e evangélicos são majoritários neste país e seus dirigentes têm se manifestado a favor do projeto, mas seus rebanhos aparentemente não concordam. Sinal claro de que os dirigentes não representam totalmente o pensamento de suas ovelhas, quando estas entendem que a questão é política e não de fé. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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