(Misael Nóbrega de Sousa, 04/07/2021)
O jornalista e escritor, Graciliano Ramos de Oliveira, autor de grandes obras da literatura brasileira, dentre elas: “Vidas Secas”, publicada em 1938, é natural de Quebrangulo, Alagoas.
O que pouca gente sabe é que ele fora prefeito de Palmeira dos Índios (AL), de 1928 até 1930, quando renunciou ao cargo.
Naquele tempo, as cidades interioranas já praticavam o clientelismo, cujas relações pessoais acontecem motivadas por troca de favores eleitorais.
Biógrafos do romancista contam que o prefeito enfrentou todo tipo de resistência para quebrar com essa prática … E que brigou até com o pai, após mandar um fiscal multá-lo por descumprir a ordem de não deixar animais soltos nas ruas.
“Quando o pai magoado, reclamou, Graciliano teria respondido: – ‘Prefeito não tem pai. Eu posso pagar sua multa. Mas terei de prender seus animais toda vez que o senhor os deixar na rua’.”
O velho Sebastião Ramos, era dono da maior pocilga da cidade com a qual ajudara a pagar os estudos do filho.
Pois bem, quase 100 anos depois, os “porcos de ‘seu’ Sebastião”, chegaram à cidade de Patos, Paraíba, cujo passeio foi registrado em pleno domingo por um internauta que achou a cena “inusitada”.
O que pensar? Como o coronelismo ainda é um traço marcante em muitos locais do Nordeste: ou os políticos não quiseram seguir o exemplo de Graciliano Ramos ou ainda não sabemos votar.
Eximo, apenas, os porcos…
Comentário nosso
Que o ilustre colega me desculpe a discordância. Temos traços de coronelismo, mas com um caráter novo, chamado “puxa-saquismo”. O coronel se impunha, mandava, o ‘puxa-saco”, se oferece, se rebaixa. Abre a pernas, numa linguagem mais chula. (LGLM)