Operação Última Milha localiza gravação de reunião ocorrida em 2020, também com a participação do general Heleno, em que teria sido discutida estratégia para anular investigação que colocou filho do ex-presidente sob suspeita e até a ‘retirada de alguns auditores de seus respectivos cargos’. Procurado, Flávio Bolsonaro nega; ex-presidente diz que não teve acesso ao áudio. Espaço segue aberto para Ramagem
Com o avanço das investigações da Operação Última Milha, a Polícia Federal encontrou um áudio de uma reunião em que o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno (então chefe do Gabinete de Segurança Institucional, ao qual a Abin é subordinada) e o ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem discutem um plano para anular o inquérito das rachadinhas – investigação que fechou o cerco ao senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do ex-chefe do Executivo.
Segundo a Procuradoria-Geral da República, Ramagem diz, no áudio, que “seria necessária a instauração de um procedimento administrativo contra os auditores da Receita, com o objetivo de anular a investigação, bem como a retirada de alguns auditores de seus respectivos cargos”.
O áudio tem mais de uma hora de duração. A reunião teria sido gravada pelo próprio Ramagem.
Na representação de 187 páginas pela abertura da quarta fase da Última Milha, a PF diz que Ramagem teria determinado o monitoramento dos três auditores fiscais autores do RIF.
A PF encontrou os diálogos em que o agente de Polícia Federal Marcelo Araújo Bormevet e o militar Giancarlo Gomes Rodrigues – integrantes do Centro de Inteligência Nacional (CIN) da Abin e auxiliares de Ramagem – tratam das pesquisas envolvendo ao auditores da Receita.
Segundo a PF, as diligências foram realizadas em novembro de 2020. Os achados foram repassados a Ramagem em dezembro daquele ano.
Comentario nosso
Não é novidade para ninguém que Bolsonaro usava da sua autoridade para beneficar a si próprio, à sua família e aos seus apaniguados. Este é mais um episódio para provar do que era capaz o nosso ex-presidente. E ainda tem “puxa-sacos” neste país capaz de defendê-lo. (LGLM)