Será o Hospital do Bem uma propaganda enganosa (Ouça áudio do texto)

By | 24/07/2024 8:00 am

(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 24/07/2024)

O Centro de Oncologia do Sertão, a que deram o apelido de Hospital do Bem, integra o Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro e tem prestado inestimáveis serviços oncológicos a toda a região sertaneja. Centenas de pessoas já receberam o tratamento que compreende consultas oncológicas, cirurgias quando se torna necessário, e aplicação de quimioterapia quando é indicado.

Centenas dos pacientes já tiveram remissão da doença depois do tratamento, outras tiveram melhorada sensivelmente a sua condição de vida, mesmo naqueles casos que terminaram posterormente levando a óbito.

Além da cura, nos casos em que foi alcançada, o maior benefício prestado pelo Centro foi evitar que os pacientes aqui tratados,  precisassem se deslocar para Campina Grande ou João Pessoa, em busca do tratamento que se tornou possível em Patos. Muitos pacientes teriam que se deslocar mais de duzentos quilômetros para serem tratados em Campina Grande e mais de trezentos se fossem tratados em João Pessoa.

O Estado está a nos dever os equipamentos que tornem possível, aqui em Patos, a radioterapia que exige equipamentos mais sofisticados e de operação que exige mais “expertise” [ecspertiz] dos profissionais.

Não vamos entrar aqui nos detalhes, pois a escolha do melhor tratamento para cada caso será avaliado pelos médicos oncologistas que assistirem a cada paciente. Os casos em que baste o tratamento por quimioterapia são resolvidos no Centro de Oncologia do Sertão e os que exigirem tratamento por radioterapia serão encaminhados para João Pessoa ou Campina Grande. Há casos em que a radioterapia é mais confortável e as pessoas que têm condições de fazer a opção, podem optar por ela.

Ninguém pode negar o importante serviço que o Centro de Oncologia tem prestado às centenas de pacientes que foram atendidos em Patos. Mas até hoje não entendi, por que lhe deram este apelido de Hospital do Bem. Do mal talvez só pudessem ser chamados os  hospitais utilizados pelos nazistas para matarem judeus durante a segunda guerra mundial.

Depois o Centro não pode ser chamado de hospital, por que na verdade se trata de uma dependência do Hospital Regional. Não possui salas de cirurgia, nem leitos para o seus pacientes, a não ser os que passam por cirurgia e que são alojados no próprio Hospital, cujas salas de cirurgia também utilizam. Os próprios pacientes da quimioterapia, não são recebidos nos leitos do hospital, estando se beneficiando agora, no atendimento “dia-e-noite” prestado pela Casa de Apoio Amigas Viva a Vida, através de convênio firmado recentemente. Nisso as Amigas têm sido incansáveis.

Até hoje não entendemos por que apelidaram o Centro de Oncologia de Hospital do Bem, parecendo-nos mais um caso de propaganda enganosa. Patos e o Sertão bem que merecem um centro de tratamento oncológico completo com todas as condições de oferecer, por exemplo, a assistência oferecida pelo Laureano em João Pessoa, para evitar que centenas de sertanejo precisem se deslocar por duzentos ou trezentos quilometros a mais para receber um tratamento condigno em Campina Grande ou João Pessoa.

Somos muito gratos pelo Centro de Oncologia do Sertão, mas com esse “hospital do bem” estão querendo “nos passar gato por lebre”.

Ouça áudio do texto:

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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