Saiba por que a renda de formado em ensino médio técnico é 20% maior do que aluno saído do ensino médio convencional, segundo IBGE
A renda de jovens que saíram de ensino médio técnico supera em 20% os que saíram do médio convencional. É o que revelam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023. Ainda assim, apenas 8% dos jovens têm acesso ao ensino médio profissionalizante no Brasil, enquanto a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 32%.
Para o superintendente de Educação Profissional e Superior do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Felipe Morgado, a razão para essa empregabilidade maior tem a ver com a ideia de o futuro do trabalho estar na transformação.
O superintendente do Senai relata que, em uma pesquisa feita com os concluintes de cursos técnicos da instituição no ano passado, houve um incremento de 25% na renda.
“Um ano depois, a gente entra em contato com o aluno para ver se ele está trabalhando. E 84,4% dos nossos alunos estão empregados depois de um ano de conclusão. Verificamos o incremento na renda também e a última pesquisa revelou um aumento de 25%”, explica.
Felipe Morgado afirma que um diferencial no jovem que tem acesso a esse modo de ensino é que ele sai preparado para o que vai encontrar no mercado de trabalho.
“Quando ele faz um curso técnico, por ele estar no ambiente simulado de trabalho, ele já sabe o que é trabalhar naquela profissão. Na empresa, as novidades giram em torno da cultura e características daquela empresa, mas o dia a dia dele é muito próximo do que ele aprendeu. Então ele consegue crescer e mostrar trabalho de forma mais rápida e promissora.”
Comentário nosso
Tenho toda certeza disso. Talvez devesse acontecer uma inversão de prioridades. A educação deveria privilegiar o ensino técnico. O ensino médio convencional deveria se especializar para encaminhar para determinadas profisssões e o técnico se dedicar a preparar o estudante para enfrentar o mercado de trabalho seja como profissional liberal, seja como técnico. Isto inclusive seria muito importante para as pessoas das classes menos favorecidas. Poderiam fazer o curso superior, já trabalhando, pois teriam ao mesmo tempo a teoria e a prática, mas esta já nível profissional. Tenho um amigo que é excelente odontólogo, por sinal formado na UNIFIP, que antes tinha curso técnico como protético dentário e que é um profissional exímio, que atende todos lá de casa. E tem um lado prático. Tem muito profissional que tem apenas curso técnico e ganha mais dinheiro do que muito “doutor”. (LGLM)