(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 29/07/2024)
O noticiaário da semana passada dava conta que o Ministério Público Estadual teria impetrado uma ação na 4ª Vara Mista de Patos contra a Prefeitura Municipal de Patos por conta da contratração só durante o período de janeiro a maio deste ano, de mais de quinhentos professores para prestarem serviços ao município.
A Constituição permite que orgãos públicos contratem trabalhadores por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.”. Não seria este o caso, segundo avaliação do próprio Tribunal de Contas do Estado.
Diante de uma pandemia com a da COVID 19 se justificaria a contratação de pessoas para trabalhar no combate à doença, por que era uma situação imprevisivel. O que é possível também em caso de enchentes ou outros desastres, pela sua imprevisibilidade. Se se cria um programa novo de educação e precisa implantá-lo imediatamente, também se justificaria a contratação de professores.,
Mas qual seria o motivo pelo qual a Prefeitura de Patos precisou, de uma hora para outra, de quinhentos novos professores, que não tivesse tempo de fazer um concurso público? Só porque estávamos diante de uma campanha eleitoral?
Em qualquer escola particular se faz uma programação antecipada a cada ano, de quantos professores serão necessários no ano seguinte. A mesma coisa a Prefeitura de Patos deveria fazer já que estávamos no quarto ano do mandato e a mesma equipe já deveria conhecer as necessidades da secretaria da educação. Se havia essa necessidade deveriam ter realizado um concurso público.
Só há um explicação para o que aconteceu. Interesse eleitoral. E este é o motivo por que muitos politicos são inimigos do concurso público. Por que num concurso bem feito e devidamente fiscalizado só passa quem sabe, quem está preparado. E vem gente de toda parte, de outros municípios e até de outros Estados, se as condições de trabalho são boas. Com isso, o prefeito perde o controle que teria sobre o funcionário se ele tivesse sido contratado “por cara”, para atender os seus tradicionais eleitores. Procurem quantos destes professores contratados pela prefeitura de Patos são eleitores em outras cidades!
Esquecem os políticos, na sua ganância, que enquanto contrataram quinhentos, ficaram milhares de outros desempregados, que talvez fossem até mais preparados e estivessem mais necessitados do que aqueles que foram contratados e que também são eleitores ou filhos de eleitores.
Infelizmente o povo tem memória curta e muitas vezes se contenta com esmolas. O Brasil só irá para a frente quando o eleitor começar a votar conscientemente. Seja em que cargo for, de vereador a presidente da República. Os políticos que aí estão, em sua maioria, só pensam nos próprios interesses e esquecem dos interesses dos seus eleitores e dos cidadãos de modo geral.
Estamos no início de uma campanha eleitoral. Sua cidade precisa de um bom prefeito que se candidate por que gosta da cidade e quer fazer o melhor por ela e não para ter um meio de vida. De um vereador que vá fiscalizar o prefeito ou ajudá-lo com bons conselhos. Afinal é esta a função de vereador. Em Patos mesmo, a maioria gastou fortunas para se eleger, visando recuperar o que gastou com juros e vantagens, além de empregos para seus amigos.
Temos bons candidatos se lançando na campanha deste ano, em Patos como em toda a região. Procure eleger os bons candidatos, não aqueles bonzinhos, que passam lhe dando beijos e abraços, mas só pensando quanto vai lhe render o seu voto.,
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