(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista e escritor, em 12/08/2024)
1,2,3… Contavam-se nos dedos os vereadores presentes à última sessão da casa de Juvenal Lúcio de Souza. Não houve quórum suficiente para a sustentação dos trabalhos, naquela oportunidade. Ao mesmo tempo em que começou, terminou.
O motivo da debandada não foi coincidência, foi quem sabe uma “raiva combinada” – A quem interessar possa. Estamos vivendo um ano eleitoral, e todos eles concorrem à reeleição.
Os ausentes propositadamente negando a si mesmos, fizeram-se notados pela sociedade.
A tribuna, naquela noite, ficou emudecida. E, assim, indiferentes, os fujões ouvirão das ruas as únicas verdades que lhes convierem. Pois, “se tornaste público, do público és”. O prejuízo é que enquanto lutamos pela chance de ser ouvidos, quem tinha voz preferiu calar.
Não se engane, há um preço para cada uma das atitudes que tomamos.
Afirma Alexis de Tocqueville que em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades. Para ele, o egoísmo é nocivo à democracia porque faz com que as preocupações dos indivíduos se afastem do bem comum. Acima de tudo, o autor francês valorizava o espírito da cidadania, a solidariedade, a participação política e a organização da sociedade civil em prol das coisas públicas.
Ao analisar, mesmo que de forma insipiente, o que fizeram os vereadores faltosos, considero uma demonstração inequívoca de irresponsabilidade, e em desacordo com suas reais atribuições legislativas.
Já com relação a princípios… Dessa opinião eu me abstenho.
Comentário nosso – Pode ser que alguns deles, principalmente entre aqueles que mostraram algum empenho durante o mandato, tenham motivo para não ter comparecido às sessões que deixaram de acontecer. Mas a grande maioria talvez tenha se convencido de que não tenha mais chance de reeleição, num exame de consciência que os levou a reconhecer que não merecem o retorno e que o povo de Patos não é tão besta quanto parecia. É melhor, portanto, que entreguem os pontos. Com isso prestarão pelos menos um benefícios aos que se enganaram com eles. Tenho certeza de que temos, graças a Deus, candidatos melhores que eles para os substituírem. (LGLM)