Os candidatos à Prefeitura de Patos-PB finalmente divulgaram seus patrimônios para as eleições de 2024, mas o que deveria ser um exercício de transparência parece mais uma exposição das desigualdades gritantes entre os aspirantes ao cargo. Enquanto o Dr. Ramonilson (PSDB) exibe um patrimônio impressionante de quase R$ 1,8 milhão, a candidata Aline Leite (UP) declarou não possuir absolutamente nada. Será que a ausência de bens reflete realmente sua situação financeira ou há algo mais por trás dessa declaração vazia?
O atual prefeito, Nabor Wanderley (Republicanos), que tenta se reeleger, apresentou um patrimônio de R$ 233 mil. É difícil acreditar que uma figura pública com tantos bens, incluindo fazendas, apartamentos em condomínio “Prime”, granjas e edifícios, possa realmente ter um patrimônio tão baixo. Essa discrepância entre a realidade conhecida e o valor declarado levanta sérias dúvidas. Algo não bate, e a situação é, no mínimo, suspeita. Apesar de um valor mais modesto comparado ao Dr. Ramonilson, é um número que ainda levanta questões sobre as reais motivações por trás de sua candidatura. Já o professor Edileudo (PT), com um patrimônio de apenas R$ 78 mil, parece se posicionar como o candidato menos favorecido financeiramente.
Essas declarações, que deveriam servir como um instrumento de transparência, acabam por destacar as profundas diferenças econômicas entre os candidatos e levantam dúvidas sobre a real representatividade que cada um deles pode oferecer ao eleitorado. Até que ponto esses patrimônios influenciam suas campanhas e, mais importante, como isso se refletirá em suas eventuais gestões? A resposta a essas perguntas será decisiva para os eleitores de Patos na hora de escolherem quem irá governar a cidade.
Aline Leite
Não há bens a declarar
Nabor Wanderley (Republicanos)
Imóveis
- APARTAMENTO 408, DO EDIFICIO HOLANDA PRICE, EM TAMBAÚ, JOÃO PESSOA, PB, FINANCIADO, R$ 69.666,59;
- Apartamento 801, Bloco D, NO RESIDENCIAL RECANTO DAS ARTES, NA RUA PAULO FRANÇA MARINHO, 101, MIRAMAR, S/N. R$ 60.000,00
- Fundo de Curto Prazo
- FUNDO DE INVESTIMENTO CAIXA ECONOMICA, R$ 4.373,8,
- UMA CHACARA NO 13, NA ZONA RURAL DE PATOS, R$ 40.000,00
Aplicação de renda fixa (CDB, RDB e outros)
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APLICAÇÃO EM OUROCAP, BANCO DO BRASIL, R$ 2.517,05
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APLICAÇÃO EM REDA FIXA NO BANCO SANTANDER, R$ 6.515,75
Dinheiro em espécie – moeda nacional, R$ 50.000,00
Total em Bens:R$ 233.073,24
Professor Edileudo (PT)
Veículo automotor terrestre: caminhão, automóvel, moto, etc.
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CARRO CHEVROLET ONIX 1.O, R$ 53.000,00
- , CARRO VW VOYAGE 1.6, R$ 25.000,00
Total em Bens:R$ 78.000,00
Dr. Ramonilson (PSDB)
Imóveis
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CASA RESIDENCIAL, R$ 856.582,79
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APARTAMENTO RESIDENCIAL, R$ 695.319,01
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Terreno, R$ 27.500,00
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Terreno, R$ 37.500,00.
Veiculos
- CARRO, R$ 180.000,00
Total em Bens:R$ 1.796.901,80
Comentário nosso – Essas declarações de bens são relativas. Em João Pessoa, tem um candidato podre de rico, que fez uma declaração de bens com valores bem próximos dos da declaração de Dr. Ramonilson. Há varias explicações para isto. Um empresário tem muitos bens em nome das suas empresas que tem vários sócios e, provavelmente, estes bens não aparecem nas declarações. Outros têm bens adquiridos de forma fraudulenta e os coloca em nome de terceiros. Houve um caso famoso em Cajazeiras, de um prefeito que colocou alguns bens em nome de um cunhado, com quem brigou depois e o cunhado não lhe devolveu os bens que tinham sido colocados em seu nome. Numa prefeitura aqui da região, um pai, até pouco tempo não falava com um filho, em nome do qual colocara alguns bens, para evitar um confisco pela Justiça, e o filho não lhe queria devolver. Há um outro caso na região, não sei se procedente, de um prefeito que colocara alguns bens em nome de um cunhado, que morreu, e o problema estava pendente de solução. Se os bens foram adquiridos honestamente os declarantes nâo têm por que escondê-los, porque qualquer um pode comparar o patrimônio adquirido com os ganhos honestos, com o valor dos ganhos auferidos e com as despesas de subsistência de cada um. (LGLM)