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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 13/08/2024)
Infelizmente estamos cuidando muito pouco da nossa história e da nossa memória. Não temos praticamente nenhum prédio histórico com exceção da antiga Estação Ferroviária, do Casarão de Dona Marica Firmino e da Igreja da Conceição, estes últimos na antiga Praça João Pessoa. Também não temos nenhum museu, E alguma coisa que temos da nossa memória história é graças a abnegação de alguns poucos, casos do saudoso Lula Fragoso e dos históriadores José Romildo Sousa e Damião Lucena, com estabelecimentos particulares de preservação de nossa memória. Alguns cidadãos guardam objetos de valor histórico, mas no recesso do lar e sem nenhuma garantia de que os herdeiros lhe darão uma boa destinação.
Patos precisa, portanto, urgentemente de um museu. E para isso precisa urgentemente de uma iniciativa do Poder Público Municipal. Com a criação de um museu o munixípio poderia adquirir os acervos de Romildo, de Damião e dos herdeiros de Lula Fragoso. Os próprios Romildo e Damião poderiam ser encarregados de organizarem e dirigirem o museu, além de formarem os futuros encarregados de sua manutenção. Uma vez, criado o museu, se faria uma campanha de arrecadação e de aquisição de outros objetos de valor histórico, já que sabemos que há milhares deles em mãos de particulares em Patos. A família de Zé Sacristão , por exemplo, ainda deve ter as centenas de aparelhos de rádio que ele juntou em vida e assim, por diante. A sala onde fossem guardados estes aparelhos de rádio poderia receber o nome de Zé Sacristão (o nome correto, claro) como homenagem a ele pelo trabalho que desempenhou em vida. E há muitos outros casos como o dele.
Outra coisa que deveria ser feita para guardar a memória da nossa cidade, até como um anexo do museu municipal, era a criação de um Museu da Imagem e do Som, onde fossem guardados fotografias, discos, filmes, vídeos, recortes de jornais, textos sobre a nossa música, nosso teatro e nossa cuiltura em geral, fruto de doação e de aquisição. Lá poderiam ser colhidos também depoimentos de pessoas que tivessem conhecimento de fatos de nossa história em todos os aspectos. Patos tinha fontes fabulosas neste sentido, como Oliveira Ramos, que conhecia como poucos a história política de Patos. Mazinho Conrado era uma verdadeira enciclopédia do nosso futebol. E ao que saiba não deixaram depoimentos. Quem pode contar muitas histórias do futebol patoense é Bastinho, principalmente histórias do Nacional. No caso de política temos dois profissionais mais novos que sabem muito da história política de Patos, que são Adilton Dias e Genival Júnior, além dos historiadores José Romildo e Damião Lucena.
Uma contribuição importante poderia ser dada pelas nossas emissoras de rádio e televisão, doando ou cedendo para cópia, as inúmeras gravações de entrevistas e manifestações públicas feitas por personagens da nossa história. A Rádio Espinharas tem um acervo importante deste tipo e as outras emissoras mais jovens certamente poderão contribuir.
Patos precisa de um prefeito que valorize a nossa cultura e a nossa história para implantar estes equipamentos. E uma vez implantados, patoenses espalhados pelo mundo todo poderão dar a sua contribuição para a preservação da nossa cultura e da nossa história. Para isso também precisamos de bons vereadores para ficarem cobrando a ação do prefeito e aprovando projetos para a sua implantação.