“Muito barulho por nada”: Reinaldo Azevedo explica por que Moraes não cometeu crime

By | 15/08/2024 12:45 pm

(Polêmica Patos, com Diário do Centro do Mundo, em 15/08/2024)twitter sharing button

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O jornalista e comentarista político Reinaldo Azevedo explicou, em sua coluna no Uol, as diferenças entre as supostas ilegalidades da qual acusam o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e as práticas criminosas pelo ex-juiz Sergio Moro (União Brasil-PR) no âmbito da Operação Lava-Jato.

“De saída, pergunto: ‘Alexandre de Moraes cometeu alguma ilegalidade?’ Resposta: ‘Não!’, iniciou Azevedo. Na sequência, ele reconheceu que a prática de usar aplicativos de mensagem, como o WhatsApp, para exercer seu trabalho é agir “fora do rito”, mas legal.

O jornalista afirmou que “trata-se de muito barulho por nada. Mas esse ‘nada’ não é ocasional, ingênuo ou imotivado”. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele também afirmou que, antes de fazer acusações, é preciso determinar se “o até é legal ou ilegal”.

O entendimento de Reinaldo é compartilhado com os demais ministros do STF. Mais cedo, Flávio Dino declarou, em tom de ironia, que Moraes é “acusado de um crime gravíssimo”, antes de esclarecer que a suposta irregularidade apontada pela Folha e por bolsonaristas é “cumprir seu dever”.

Diferente do caso de Moro na Lava-Jato, que culminou, por exemplo, na anulação da sentença do presidente Lula (PT), o ex-juiz combinava com procuradores como Deltan Dallagnol os caminhos que seguiriam no julgamento. Já Moraes, como então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tinha prerrogativa para pedir a apuração sobre investigados no inquérito das fake news, ainda que a prática não seja usual.

“Moraes nunca decidiu nada sozinho. Pode-se não gostar do fato de que três dos sete juízes do TSE sejam também juízes do STF; pode-se não gostar do fato de o tribunal eleitoral dispor de um Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia; pode-se não gostar da competência de polícia de que dispõe o tribunal eleitoral? Bem, tentem mudar a lei. Mas não chamem o legal de ‘não ritualístico’ só porque não podem empregar a palavra ‘ilegal’”, escreveu Azevedo.

O jornalista também falou das repercussões nas redes sociais que, segundo ele, virou um “berreiro pregando o impeachment” do ministro. “É parte da articulação. Sabem que isso é muito pouco provável. Então vamos à lógica das trocas”, resumiu.

“Moraes não é Moro; as fofocas de auxiliares de agora não são a Vaza Jato, e o ministro nada fez de ilegal — ainda que não se goste do ‘rito”. O esforço para desmoralizar Moraes e devolver a elegibilidade a Bolsonaro, fazendo de conta que a tentativa de golpe nunca aconteceu, é grande, complexo e opera em várias frentes”, concluiu em sua coluna.

Alexandre não é Moro; 4781 não é a Lava Jato, e fofoquinha não é Vaza Jato

(Reinaldo Azevedo, Colunista do UOL, em 14/08/2024)

Tirei um semana de folga, razão por que estou ausente do “Olha Aqui”, neste UOL, e de “O É da Coisa”, na BandNews FM e no BandNews TV. Mas faço uma pausa no descanso. De saída, pergunto: “Alexandre de Moraes cometeu alguma ilegalidade?” Resposta: “Não!” Por isso, diga-se, recorre-se a uma expressão vazia como uma gaveta, onde se pode tentar abrigar qualquer imputação, para designar o que teria acontecido: “Ministro agiu fora do rito”. Mas agiu fora da lei?

Pela ordem: ele é relator do Inquérito 4781 e presidia o Tribunal Superior Eleitoral, que tem poder de polícia. Qual a ilegalidade em pedir que se incluísse isso ou aquilo — coisas de domínio público porque nas redes — em relatórios? “Ah, está fora do rito?”

Sei. Moraes combinava alguma ação com o órgão acusador? Moraes encomendava alguma prova ilegal? Moraes dava alguma dica ao MP sobre como perseguir o réu

1 – Há uma tese na praça faz tempo: “Alexandre age como Sergio Moro, e os inquéritos de que é relator são uma ‘nova Lava Jato'”;

2 – se existe uma “nova Lava Jato”, por que não uma nova “Vaza Jato”? ;

3 – se a Vaza Jato livrou Lula dos processos, segundo essa versão, então chegou a hora de empatar o jogo e livrar também Bolsonaro.

Não vai dar certo!

Estamos diante de mais um espasmo de um inconformismo antigo: certos setores da imprensa e da advocacia nunca se conformaram com o Inquérito 4781, aberto de ofício por Dias Toffoli, com base do Artigo 43 do Regimento Interno do STF.

Os atos “fora do rito” de que se fala agora remetem a ele. Alimenta-se a fantasia de que um único ente é “investigador, acusador e juiz”.

Pois é? Não se deve ignorar que um dos pilares do enfrentamento da conspiração golpista — o 4781 — tenha se transformado no alvo principal de alguns setores.

Moraes nunca decidiu nada sozinho. Pode-se não gostar do fato de que três dos sete juízes do TSE sejam também juízes do STF; pode-se não gostar do fato de o tribunal eleitoral dispor de um Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da Democracia; pode-se não gostar da competência de polícia de que dispõe o tribunal eleitoral? Bem, tentem mudar a lei. Mas não chamem o legal de “não ritualístico” só porque não podem empregar a palavra “ilegal”.

Fofoca ou inconformismo de assessores no WhatsApp não tornam ilegal o legal nem cassam as competências do chefe, de cuja ação eventualmente discordem. E é tudo o que se tem até agora.

Conjunto de ações

A reação imediata nas redes , claro!, é a que se vê: berreiro pregando o impeachment. É parte da articulação. Sabem que isso é muito pouco provável. Então vamos à lógica das trocas.

A reação imediata nas redes , claro!, é a que se vê: berreiro pregando o impeachment. É parte da articulação. Sabem que isso é muito pouco provável. Então vamos à lógica das trocas.

O cerco das falsas evidências contra o ministro tem o objetivo de desmoralizar o tribunal para que este, numa primeira etapa, não torne sem efeito a eventual aprovação, pelo Congresso, da anistia aos golpistas e, numa segunda, ao próprio Bolsonaro — refiro-me à inelegibilidade. E, por óbvio, procura-se anular as investigações contra o chefão do golpismo na esfera criminal.

A OAB cobrou explicações de Moraes. Vamos ver. Convém tomar cuidado. Numa reunião ministerial em 5 de julho de 2022 — em que tramou um golpe de estado, —, o então presidente Bolsonaro expressou a convicção de que contaria com o apoio do atual comando da Ordem.

Teremos a chance de saber, quatro anos depois, se expressava apenas um desejo ou passava uma informação.

A OAB cobrou explicações de Moraes. Vamos ver. Convém tomar cuidado. Numa reunião ministerial em 5 de julho de 2022 — em que tramou um golpe de estado, —, o então presidente Bolsonaro expressou a convicção de que contaria com o apoio do atual comando da Ordem.

Teremos a chance de saber, quatro anos depois, se expressava apenas um desejo ou passava uma informação.

Encerro

Moraes não é Moro; as fofocas de auxiliares de agora não são a Vaza Jato, e o ministro nada fez de ilegal — ainda que não se goste do “rito”.

O esforço para desmoralizar Moraes e devolver a elegibilidade a Bolsonaro, fazendo de conta que a tentativa de golpe nunca aconteceu, é grande, complexo e opera em várias frentes

Sabemos o óbvio: as circunstâncias fizeram com que a batalha contra os golpistas tivesse uma cara — Moraes — e um emblema: o Inquérito 4781. Não por acaso, ambos estão sob ataque.

Não vai dar certo. Mas vai fazer muito barulho…

Comentário

Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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