As fragilidades do ensino brasileiro (confira comentário nosso)

By | 20/08/2024 6:57 pm
Imagem ex-librisMais do que apontar uma incômoda estagnação na qualidade de ensino e confirmar fragilidades na aprendizagem de Português e Matemática, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2023 revelou o tombo de São Paulo, o Estado mais rico do País, na corrida educacional. Repetido a cada dois anos, o Ideb é elaborado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), vinculado ao Ministério da Educação (MEC), e tem como principal objetivo apurar a qualidade da Educação para aproximar o Brasil do nível médio de aproveitamento dos países que integram a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Das metas estabelecidas para as avaliações dos três níveis de ensino – Fundamental I e II e Ensino Médio – apenas uma foi atingida, relativa aos primeiros anos do ensino fundamental, com nota 6, exatamente o limite mínimo estabelecido, em uma escala de zero a 10; as outras duas ficaram aquém do objetivo. Considerando apenas as escolas da rede pública, também nessa etapa o resultado (5,7) foi inferior ao esperado. Vale ressaltar que as metas foram fixadas para o ano de 2021 e mantidas para 2023 por causa das distorções que o prolongado período de suspensão das aulas presenciais durante a pandemia produziu na qualidade de ensino.

O Estado de São Paulo, o mais rico da Federação, tem o dever de ter uma educação à altura dessa potência, mas registrou piora nos três níveis de ensino, desde os primeiros anos do ensino básico, de responsabilidade das prefeituras, até o ensino médio, que cabe ao governo estadual. Ainda que as oscilações tenham sido suaves, foram suficientes para atestar o tombo do ensino no Estado em todos os rankings, na comparação com 2019.

A rede paulista de escolas não ficou nem entre as dez melhores das capitais; na lista das 20 cidades brasileiras com maiores notas no Ideb ao fim do ensino fundamental, não há nenhuma de São Paulo. O resultado medíocre não chega a surpreender. A avaliação do Saresp, divulgada há alguns meses, apenas com a rede estadual de ensino, já demonstrava que o desempenho dos estudantes piorou em 2023. O ponto positivo é que, apesar de os dados gerais ainda estarem aquém do necessário, o Ideb mostrou que a queda dos índices não é um fenômeno generalizado.

A superintendente da organização Itaú Social, Patrícia Mota Guedes, fez uma análise certeira ao identificar na qualidade das políticas públicas, mais do que mesmo no volume de capital investido, o sucesso ou o fracasso educacional. Mais do que isso, enfatizou como políticas contínuas bem desenvolvidas podem fazer a diferença na formação estudantil. “Estados com continuidade de políticas públicas, mesmo com mudanças de governo, como Ceará, Paraná e Goiás, têm mostrado bons resultados”, disse a especialista ao jornal Valor.

Não há como atribuir os resultados de 2023 especificamente a um ou outro governo. O avanço educacional depende de um somatório de contribuições num terreno que obrigatoriamente tem de estar acima de questões político-partidárias.

Comentário nosso – Os estudos oficiais ou de entidades privadas apenas confirma o que sentimos na pele. A nossa educação não vai bem. E ao que tudo indica o fato não se desveria a falta de investimentos na educação. O dinheiro é que estaria sendo mal aplicado. Talvez nem só por desvios, mas principalmente por políticas mal elaboradas ou mal aplicada. É tanto que Estados ricos como Paraná e Goiás, oferecem educação de melhor qualidade, junto com o Ceará de um Nordeste reconhecidamente pobre. Dinheiro há, o que não sabem ou não querem é usá-lo bem.  (LGLM )

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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