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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 23/08/2024)
Motociclista há 42 anos (comprei a primeira moto em 1982), nunca tive um acidente grave, apesar de ter usado moto durante seis anos em Recife, onde saia de casa no Centro para a praia em Boa Viagem, com a esposa na garupa e meu filho Bruno, com entre dois e quatro anos, sentado entre nós. Isto além dos deslocamentos de casa para o trabalho.
Vim a quebrar um braço agora em junho num acidente prosaico. Testava uma Pop Honda 0km, que comprara, quando dei uma saída errada, justamente pela falta de embreagem, junto com a partida elétrica novidades do modelo novo. Precisei fazer uma cirurgia no braço e ainda estou em recuperação.
Na Grande João Pessoa, segundo notícias recentes, têm sido registrados vinte e cinco acidentes diários com motos. E no resto do Estado são cada vez mais frequentes os acidentes com motos, muitos deles com óbitos.
A moto é um veículo excelente, mas exige o maior cuidado possível no seu uso. Além de obedecer às leis de trânsito, alguns outros cuidados têm que ser tomados, principalmente evitar a ingestão de bebidas alcoólicas. O álcool é inimigo de qualquer motorista, mas se torna imensamente mais perigoso para os motoqueiros.
Outro inimigo do motoqueiro é o excesso de velocidade. Um amigo meu dizia que a moto “dá fogo”, pela sensação de velocidade e de liberdade. Mas o intenso uso de motos em entregas, criou um novo inimigo do motoqueiro. Como virou uma profissão onde quanto mais entregas faz, mais o entregador ganha, muita gente baixa a guarda e faz tudo para ser rápido nas entregas. O que está se tornando um dos maiores motivos de acidentes nas cidades maiores. Além do mais os entregadores, na ânsia de serem rápidos fazem todo tipo de manobras para ganhar tempo. E aí mora o perigo. São, talvez, as maiores vítimas de acidente na capital do Estado.
Outro problema sério tem sido o uso de motos por motoristas não habilitados. Isto é muito comum, principalmente nas cidades pequenas e na zona rural, onde não há fiscalização. De vez em quando se tem notícia de um motoqueiro que provocou um acidade ao sair de uma estrada vicinal e entrar numa estrada asfaltada. São acidentes perigosos, pois o motoqueiro que vem na estrada principal, geralmente vem em velocidade, e muitos destes acidentes têm resultado em óbitos.
Não vamos satanizar o uso de motos. Eu continuava sem sofrer acidentes graves até poucos dias atrás, apesar de já está próximo dos oitenta anos. E um tio meu dirigiu sua Bros, sempre que vinha a Patos, até os noventa anos, sem registro de acidentes. O segredo é dirigir com o maior cuidado possível.
Claro que o trânsito tem se tornado cada vez mais perigoso e nem sempre são os motoqueiros que provocam os acidentes. Mas aumentar o cuidado é cada vez mais necessário. Evitar o álcool e outras drogas. Evitar velocidades excessivas, obedecer as leis de trânsito e ter toda a atenção. Muitas vezes, os errados sãos os outros, mas a gente ter que ter cuidado por eles e por nós.
Minha esposa, motoqueira tão antiga quanto eu, já renegou o veículo. Segundo ela o para-choque do motoqueiro é a própria testa. O que torna imprescindível o uso do capacete, devidamente preso.