A volta de tudo o que deu errado no passado é o traço comum do governo Lula

By | 30/08/2024 6:49 am

Foi uma semana de notícias ruins: um plano confuso para o gás e Lula atacando as privatizações; tem cheiro do Brasduto no ar

Elena Landau, economista e advogada, no Estadão, em 29/08/2024)
Foto do author Elena LandauFoi uma semana de notícias ruins na área econômica. Fica até difícil escolher um único assunto para comentar. Vamos à lista: Correios assumiram parte do passivo do Postalis; fundos de pensão serão usados para turbinar o PACBNDES vai apelar para fundos públicos para ampliar crédito; e os sindicatos estão autorizados a usar os recursos do FAT.

A volta de tudo que deu errado no passado é o traço comum. Intervencionismo e gastos elevados e mal alocados deixaram de herança recessão, desemprego, inflação e Lava Jato. Essa teimosia é uma irresponsabilidade com o País. Ainda tivemos o anúncio de um confuso plano para o gás natural e Lula atacando as privatizações.

O pacotaço é mais uma repetição de erros. Lembra muito a malfadada MP 579 da Dilma. O plano, que se diz de transição energética, muda a lógica de operação de todo um setor, desta vez de óleo e gás, sem debate, consulta pública ou análise de impacto regulatório. Chegou de surpresa.

Coloca no mesmo balaio medidas desconectadas gerando grande confusão. Vai da distribuição de botijões a mais incentivos para a indústria naval. Enterra de vez a venda de refinarias e interfere nos preços e nos porcentuais de reinjeção do gás. São normas que afetam a exploração de petróleo, já que o gás natural no Brasil vem associado ao óleo, especialmente do pré-sal.

Governo trata a Petrobras como monopolista, ignorando as gigantes do petróleo
Governo trata a Petrobras como monopolista, ignorando as gigantes do petróleo Foto: Geraldo Falcão/Petrobras

Os estímulos ao uso de gás são amplos, não se concentram na substituição de fontes mais poluentes, como carvão e óleo. Não se sabe como será financiada a infraestrutura de gasodutos. Tem cheiro do Brasduto no ar.

Trata a Petrobras como monopolista, ignorando as gigantes do petróleo que estão atuando aqui há anos, confiando em contratos de concessão assinados com a ANP. O governo quer aumentar a oferta gerando insegurança jurídica e assustando investidores. Vai dar muito certo. Só os consumidores industriais gostaram, claro. Em 2012, a Fiesp também pulou de alegria com a MP 579.

Tem até uma pitada de Paulo Guedes, com promessa de reduzir o preço do gás em 35% e atrair R$ 2 trilhões em investimentos.

O fecho de ouro foi o ataque de Lula às privatizações. Como a Vale virou um cão sem dono, quer colocar uma coleira na Eletrobras. Depois do fracasso com o Plano Nacional de Banda Larga, vai usar a Telebras para atingir soberania nacional em IA. Agora vai.

Vamos lembrar que em 2015, ao fim do governo PT, as estatais fecharam o ano com prejuízo de R$ 32 bilhões. Em 2022, terminaram com lucro de R$ 180 bilhões. Waldick já dizia: “Quem despreza um grande amor não merece ser feliz”.

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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