Miguel Santos foi aprovado em engenharia de software em faculdade de Presidente Prudente. Superdotado, o menino é autista e tem 9 anos
(Isabela Thurmann, no Metrópoles, em
Reprodução/ Instagram
Um menino autista de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, foi aprovado pela Faculdade Unoeste em Engenharia de Software aos 9 anos. Miguel Rosa, que sempre teve fascínio por números, quer ser engenheiro aeroespacial quando crescer.
“Achávamos que era hiperfoco do autismo”, disse a mãe dele, Josiane Santos, em entrevista para a revista Crescer. Segundo contou que, além de astronomia, a criança desenvolveu forte entusiasmo por robótica. “Outra coisa que nos deixou admirados foi ele montar um quebra-cabeça de mil peças em menos de duas horas, aos quatro anos”, revelou.
Josiane também falou sobre o diagnóstico de autismo do filho. Ela relatou que percebeu, desde que Miguel era bebê, um comportamento atípico nele. Em 2019, a família fez a avaliação com um especialista, mas o menino sofreu uma parada cardiorrespiratória e, por causa das complicações, ficou fora da escola por três anos. Em 2021, um neuropediatra especializado em autismo confirmou o diagnóstico e apontou a possibilidade de ele ser uma criança superdotada.
Comentário nosso -Diante da grande incidência de casos de autismo que tem sido registrada no mundo todo, os pais devem estar atentos aos casos de seus filhos que parecem um pouco diferentes dos demais. Crianças que demoram a falar, crianças que demoram a andar, crianças que têm dificuldade de se relacionar com os adultos e com outras crianças e outros sintomas facilmente detectáveis ou diferenças acentuadas com relação a outras crianças devem ser motivo para a família procurar um neuropediatra para uma consulta, que pode comprovar se a criança é autista ou não. Não há que se saiba cura para o autismo, mas quanto mais cedo este for diagnosticado, mais se pode ajudar a criança a superar os problemas que a sindrome lhe trazem. Há casos de crianças com autismo que, como o da matéria são superdotados e esta sua faceta deve ser orientada para não fazê-lo uma pessoa estranha aos demais, mas apenas um pouco diferente. Ainda não se descobriu as origens do aumento da incidência de autismo ou de um diagnóstico muito mais frequente da sindrome. Sabe-se, apenas que estatísticamente aumentou a incidência. Muitos pais resistem em aceitar esta condição do filho e isto só vai atrapalhar o desenvolvimento da criança, que deveria ter uma assistência de profissionais que vão minimizar os efeitos da síndrome ou aproveitar os beneficios que a síndrome bem acompanhada possa trazer. Há que quem queira atribuir a síndrome à idade dos pais, mas há pais de autistas que o foram em torno do cinquenta anos como eu, e pais que o estão sendo antes dos vinte anos. Com relação à possibilidade de haver uma possibilidade de um caráter genético, parece hoje não haver grande dúvida de que isto aconteça em muitos casos. Em minha família ampliada há, pelo menos seis casos, mais ou menos diagnosticados, entre filhos e sobrinhos afins de primeiro e segundo grau. Uma pessoa que reside próxima de mim, com menos de trinta anos, tem um filho de cinco anos autista e o pai dela seria também portador da síndrome, embora leve uma vida independente e produtiva. Há quem divirja desta ligação com a genética mas os argumntos se acumulam contra esta corrente. Resumindo, o autismo não é coisa de fim do mundo. E quanto mais cedo se tenha um diagnóstico, mais o seu filho, neto ou parente poderá ser ajudado. (LGLM)