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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 02/09/2024)
Antigamente as pessoas cuidavam dos velhos da família com todo carinho. Depois as despesas que traziam fizeram muita gente esquecê-los ou encaminhá-los para o asilo e, em muitos casos, simplesmente esquecê-los.
Mas há uns cinquenta anos foi regulamentada o que passou a se chamar a aposentadoria rural e todo trabalhador rural passou a ter direito a ela. No início deu margem a muita safadeza, já que os sindicatos eram quem as encaminhavam e teve presidente de sindicato que enricou ou fez carreira política promovendo a aposentadoria rural, muitas vezes de gente que não sabia nem o que era uma enxada.
Com a aposentadoria rural, os velhos voltaram a ser tratados com todo carinho pois muita gente passou a viver na sombra dos velhos e muitos nem trabalhavam mais por causa disso.
O jeitinho brasileiro se estabeleceu e muito vadio começou a trazer os seus velhos pais para a rua, onde muitas vezes só bebiam cachaça e viviam às custas dos velhos.
Conhecemos muito velho que passava necessidade por que o dinheiro de uma aposentadoria não era suficiente para sustentar oito ou dez pessoas, a maioria delas trabalhando só pelo dinheiro da cachaça.
E isto ainda persiste pelo Brasil afora. Um saudoso amigo meu, dizia que a aposentadoria rural foi a coisa mais justa que fora feita em favor dos idosos que haviam trabalhado na agricultura. Mas os vadios estavam trazendo os velhos para as cidades e enquanto os filhos bebiam cachaça e vagabundavam, as meninas se prostitiuiam para acompanhar a moda das vizinhas.
Além das despesas de sustentar um bando de vadios, muitos idosos são explorados pelos parentes que usam o seu cartão de aposentadoria para fazerem empréstimos que muitas vezes deixam os velhos com uma ninharia que não dá para nada.
Se você tem um parente idoso que está sendo explorado pelos parentes a ponto de passar necessidade, denuncie ao Conselho Municipal da Pessoa Idosa ou ao próprio Ministério Público, que tomarão as providências para proteger o idoso que está sendo explorado. Uma destas providências, para o caso de um idoso que já precisa de um cuidador é interná-lo em uma instituição para idosos, já existentes nas cidades maiores. Em Patos já existem duas destas instituições ou asilos, um no São Sebastião, outro no Jatobá.
Como estas duas instituições já estão sempre cheias, está no tempo de o Município providenciar outras. Já existem instituições que acolhem só durante o dia, que servem para aqueles idosos de que a familia toda trabalha e não tem quem cuide deles. Na instituição eles passam o dia, são cuiidados e alimentados.
Os municípios pequenos poderiam hoje cuidar de ir criando instituições próprias para acolhimento de idosos, de forma total ou parcial. São Mamede tem um convênio com Patos e mantém uma destas instituições que funciona em São Mamede mas acolhe idosos de Patos, dividindo as despesas de manutenção. No caso de idosos aposentados, a lei permite que a instituição que o acolhe totalmente, retenha 70% do seu benefício para as despesas de manutenção e faça dos 30% o que bem quiser. Não sei como procedem no caso de instituições que só acolhem durante o dia.
O que dissemos sobre os aposentados rurais vale também para os que recebem o famoso BPC, beneficio de prestação continuada, pago a quem tem mais de 65 ou deficiente de qualquer idade que nunca pagou INSS.
De qualquer maneira esta assistência precisa ser ampliada com a implantação de novas casas, pois há milhares de idosos precisando desta assistência.