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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 10/09/2024)
Estive na terrinha a semana passada, depois de três meses de ausência, revendo os velhos amigos. Como vivo comentando assuntos políticos, um destes amigos me fez uma pergunta cabulosa: “Quem são três políticos de Patos que se dizem formados, mas nunca exerceram a profissão, nem fizeram outra coisa que não ser políticos”. Busquei na memória, mas na hora não atinei. Procurei entre os políticos e só me lembrei de fazendeiros, empresários, médicos, dentistas, funcionários públicos, radialistas, professores e outros. Como foram centenas os vereadores pode ser que tenha havido algum profissional da política, entre ele. Chico Bocão, o que mais durou entre eles, fora Ernani Sátiro, tinha outras atividades além da política.
Diante do meu silêncio ele emendou: “Edvaldo só cobrava os aluguéis das centenas de casas de dona Zefinha, pois daí saía sua mesada. Depois se elegeu vereador e deputado. Nabor só teve a profissão de genro de Chica Motta, até que ela o elegeu prefeito em 2004, deputado estadual e prefeito outra vez. Hugo Motta terminou o curso de Medicina quando já era deputado federal eleito pela avó, numa dobradinha em que ele se elegeu deputado federal e ela deputada estadual pela quinta vez. Hugo Motta nunca assinou uma receita.
Comentando este episódio com outro amigo, este mais velho do que eu uns dez anos e conhecedor das coisas de Patos, ele me fez uma observação interessante. “E tem mais uma coisa. Nenhum deles se elegeu com votos próprios. Edivaldo nas campanhas só tomava cachaça e contava lorotas, quem conversava com os eleitores e garantia os votos era Chica Motta”. Nabor Filho, antes de ser prefeito de Patos, tinha sido candidato a vice em São José de Espinharas e tinha sido derrotado. E ali, seu pai Nabor, talvez o maior prefeito de Patos, praticamente se elegeu prefeito de Patos em 1955, quando perdeu na sede e em todos os distritos e tirou a diferença e ganhou a eleição só em São José de Espinharas, então pertencente a Patos.
Estas histórias reforçam aquilo que nós vimos dizendo há algum tempo. Na hora de escolher um candidato a vereador ou prefeito, nunca deixe de procurar a história de vida dos candidatos. Para ver o que têm sido e o que fizeram na vida. Fuja dos profissionais da política. E pense um pouco sobre isto: “Um prefeito que não tem outra profissão, quer ser prefeito para què?”
Ao escolher um prefeito ou um vereador você não pode esquecer de que tudo na sua cidade, durante os próximos quatro anos, vai depender de quem você elegeu agora. A educação dos seus filhos, a saúde de sua família, a segurança das ruas, as oportunidades de trabalho que surgirão.
Um bom prefeito e bons vereadores terão condições de lhe proporcionar uma cidade com mais oportunidades para melhorar a sua vida. O prefeito pode fazer e os vereadores podem cobrar e fiscalizar para que ele faça bem feito. Por isso vale a pena escolher e votar bem. E aqui uma sugestão: se por alguma razão você vai ter que votar num mau prefeito, vote pelo menos em um bom vereador adversário, que fique nos mocotós dele.
Não confie em promessas, mas se eles lhe oferecerem alguma coisa, receba. Você só cometerá crime se votar em quem tentou comprar seu voto.
Escolha bem e vote bem. E parabéns. O voto consciente é uma prova de que você é um cidadão de bem. E não um besta que se deixa enganar por qualquer ninharia.