(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista, professor e futuro vereador)
Você concorda que a prefeitura contrate pessoas, simplesmente, porque foram indicadas por um vereador?
Pois bem. Perguntado, outro dia, sobre uma lista que circulava nas redes sociais, com: nomes, funções, salários e indicações, um certo prefeito disse “achar normal o ingresso de comissionados e contratados por intermédio de terceiros”.
Sem critérios técnicos e outros mecanismos mais próximos da lisura, entrar na prefeitura pelas mãos de um “benfeitor”, sugere um vínculo de agradecimento inútil a um mandato que pode ser desastroso.
Ficamos condicionados a votar para pagar um “favor”, mesmo que não haja qualquer estabilidade. Estamos falando de tráfego de influência, de ingresso pela porta de trás… – Isso é coisa do passado, parenta do distante coronelismo. – E onde fica a meritocracia?
Um candidato indica alguém para exercer uma função pública, com o único propósito de ampliar as suas bases eleitorais… – Ele não está nem aí para proatividade ou competência. – E, desta forma, os piores é que se elegem.
O prefeito diz: “Eu posso nomear pessoas que são ligadas a um político”. – Não deve!!! Isso só favorece a execução de ordens ilegais, antiéticas e imorais, principalmente, às vésperas de uma eleição. Além de ser um prejuízo de cunho isonômico e financeiro para a gestão.
Se vai demorar o estudo técnico para conhecer a real necessidade do município, com vistas ao concurso público e valorização do pessoal efetivo, que se demore o tempo que for necessário. Mas, que o gestor se pronuncie com a intenção de acabar com esse vício que insiste em assombrar os entes federados, mas não institucionalizar a corrupção.
Comentário nosso – Quando estas nomeações são feitas por indicação dos vereadores elas vão ser utilizadas muitas vezes para municiar as chamadas “rachadinhas”, quando os nomeados só ficam com uma parte do seu salário e repassam o resto para quem o indicou. É uma forma de recuperar parte das fortunas que gastaram para se eleger. Em Patos já foram registrados casos de vereadores que fizeram mais de quinze indicações deste tipo. E só Deus sabe onde o dinheiro pago a eles foi parar. (LGLM)