Óbitos de motociclistas no Brasil equivalem a um terço da guerra da Ucrânia
Por mais criminosa que seja a conduta de um motoboy, este, se tiver com seu pagamento em dia e se o acidente lhe resultar incapacidade, poderá receber o auxílio por incapacidade temporária, o auxílio-acidente ou a aposentadoria por incapacidade permanente. Com o aumento dos sinistros envolvendo motoboy no país, superlotando o Sistema Único de Saúde e depois a Previdência Social (ou a Assistência Social) já passou da hora de a legislação ser modernizada.
Embora sempre haja controvérsia do saldo de mortos numa guerra, conforme dados da inteligência dos Estados Unidos, a da Ucrânia já matou 50 mil soldados russos e 31 mil ucranianos. Desde o conflito até hoje, uma média de 90 mortos por dia. No Brasil, são 33 motociclistas que morrem todos os dias. A maioria é homem (89%) e jovem, entre 20 e 24 anos (18% das vítimas), de baixa escolaridade, de raça negra e solteiro.
Atualmente, os benefícios por incapacidade são pagos independente do motivo. Há apenas a necessidade de investigar —o que nem sempre é feito — a etiologia do adoecimento para distinguir se a causa é acidentária ou não, o que repercutirá no cálculo do benefício. Mas acaso na investigação se descubra que o condutor fez a pior estupidez da lei de trânsito a renda será paga da mesma forma.
Enquanto os corredores não são proibidos, não parece razoável a Previdência Social com tantos problemas, inclusive financeiro, arcar com este tipo de proteção social aos que não respeitam minimamente a lei de trânsito. Pelo contrário, cometem crimes assumindo o ônus na esfera criminal, civil e no trânsito. Só não há ônus na previdenciária. Ou melhor, se for acidente, ganhará mais. É preciso repensar esta proteção social.
Comentário nosso – Alguma coisa tem que ser feita para inibir estes que são os verdadeiros assassinos do trânsito. Sou motoqueiro há mais de quarenta ano, mas nunca fiz absurdos. Fui vítima com o assassinato de meu pai por um motoqueiro que empinava uma moto em plena rua Solon de Lucena em Patos, e hoje, por ironia do destino, é agente do trânsito em Patos. Era um caso raro. Hoje é um verdadeiro massacre, matando quase quanto uma guerra. Ou se faz alguma coisa ou o trânsito vai virar um caos. Ainda há motoqueiros responsáveis, mas os irresponsáveis são a grande maioria. “Pau neles!” Eu continuarei entre os responsáveis. (LGLM)