A FESTA DE SETEMBRO (confira comentário nosso)

By | 16/09/2024 5:00 am

(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista, professor e futuro vereador)

Nem bem adentrei à antiga “Rua Grande” de meus pais, pude ver os parques de diversões instalados ali, por costume. São castelos que se erguem bem no coração de minha cidade/mãe, materializando a alegria. Geringonças que agora embalam os beijos adolescentes dos filhos e netos de minha geração.

Maçã do amor; cachorro-quente; algodão-doce; balões infláveis; barraca de tiros; jogos de azar… – O religioso e o profano coexistem naquele ambiente: ora lúdico; ora litúrgico… – E as jogatinas se espalham pelo corredor desmedido, conservando as tradições.

Ela ainda estava lá. Não diria acanhada; resignada, sim! Mas, talvez eu que estivesse diferente.

Demoro-me no carrossel. Será que ainda conserva a mesma mágica? E procurei em cada um daqueles meninos que volteavam ao redor do mundo os rostos de minha infância. O “Parque Lima” era o playground de antigamente: Bichinhos artesanalmente construídos com o madeiro sagrado das idades puerís. Aqueles cavalinhos, que nem existem mais, levavam-nos para qualquer lugar, mesmo que fincados no eixo da resignação.

Os brinquedos estão ficando mais modernos e as crianças menos crianças.

Despertei daquela nostalgia com os acordes da filarmônica 26 de julho. E parei para ouvir a banda tocar… – Como uma “retreta” de tudo que já foi dito. Em todos os setembros, a “Festa de Nossa Senhora da Guia”, acolhe os devotos das paróquias vizinhas, que acorrem suas preces para a igreja Matriz, Catedral dos filhos de Deus, e onde as novenas são oferecidas à comunidade na forma da eucaristia.

A festa de setembro é de renovação espiritual, mas também social. Os filhos ausentes elegem aquela data na vida deles e retornam para os parentes e amigos, pautados na certeza do abraço e da fé.

Aprendi com o escritor de “A Bagaceira” que ninguém se perde no caminho da volta: “Porque voltar é uma forma de renascer”.

Já estou quase do outro lado… – E o que já era um retrato esmaecido, vai ficando ainda mais no passado. Porém, o que seria de nós se não fosse o renovamento? E se antes faltava coragem de olhar para trás, agora estou mais confiante para seguir em frente…

Comentário nosso – Eu também sou saudoso das antigas FESTAS DE SETEMBRO. Principalmente de duas coisas. Uma, a inesquecível Bagaceira da minha adolescência e juventude. Outra, as quermesses, com a disputa entre os dois partidos e a participação dos noitários. Cadê a noite dos radialistas, a noite dos bancários (categorias de que participo) e de todas as outras profissões e atividades, onde a gente se reunia cada um com seu cada qual? E relembrava os ausentes, vivos ou mortos? Estive lá na terça-feira, e ao invés de alegre fiquei triste. Faltaram-me as reminiscências, presentes em cada um dos muitos presentes de antigamente, reduzidíssimos na atualidade.  Que pena! (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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