Sem informações da população, polícia tem mais dificuldade em trabalhar

By | 27/09/2024 7:00 am

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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 18/09//2024)

A violência continua campeando no país inteiro. Somos um povo que vive com medo. Nas frequentes corridas que faço de UBER, tenho constatado quanta gente de fora está vindo trabalhar na Paraíba. Tenho encontrado cariocas, paulistas, brasilienses, gaúchos, catarinenses, mineiros,alagoanos, cearenses, potiguares e pernambucanos. Quando pergunto porque vieram para João Pessoa a responsta é uma só. Vêm em busca do sossego que João Pessoa ainda oferece. embora eu já tenha sido assaltado na calçada do prédio em que moro, em pleno Tambaú.

Há uns quatro anos me surpreendi com a quantidade de casas cercadas de grades que vi em Porto Alegre, mas hoje estou observando que estamos migrando para a mesma situação aqui em João Pessoa. É um péssimo sinal de que a violência também está chegando aqui.

Para melhorar a nossa segurança, em tese, contamos com a polícia, mas infelizmente a polícia está, perdendo a credibilidade. Todo dia no notíciário se ouve falar nas milícias do Rio de Janeiro e de São Paulo, constituídas em grande parte por policiais ou ex-policiais. Se um ex-policial vira bandido, o que ele era na verdade, quando era policial?

Para a elucidação dos crimes e combate à criminalidade, a polícia não dispõe de um informante melhor do que o cidadão comum. Mas, infelizmente, pouca gente confia em fazer uma denúncia à Polícia, com medo de ser dedurado. Um amigo meu comentava outro dia comigo: “Como vou fazer uma denúncia se o próprio policial pode ser amigo do bandido que estou denunciando? “Como vou denunciar uma boca-de-fumo se todos sabem onde ficam as bocas-de-fumo de sua rua e só a polícia não sabe?” Um outro amigo fez um teste. Ligou para um comandante de batalhão,  um delegado e o telefone 197, denunciando a “boca-de-fumo” de sua rua,  informando o nome da rua e o número da casa, que fica em um bairro do centro da cidade, e até hoje, uns seis meses depois, a “boca” continua funcionando. Segundo ele, o coronel teria lhe respondido que a polícia só poderia agir, com autorização judicial, e nós perguntamos para que serve uma tal de “serviço de inteligência”, que poderia fazer uma “campana” e confirmar se a informação era correta ou não? O que vale para qualquer tipo de polícia.

Há uns trinta anos, quando vivia em Patos, nos tempos dos superintendentes Dr. Manoel Luiz, Dr, Severino Lopes, Dr. José Guedes, nunca repassei uma informação para eles não apurarem e tomarem as providências necessárias. Bastava um alerta feita no ar para as providências sairem. Fiz um apelo com relação a um município da grande Patos, onde residiam muitos parentes meus que viviam sobressaltados pela criminalidade e nomearam um delegado que saneou o local.

Ou seja, a policia está desperdiçando um dos instrumentos que poderiam mais ajudá-la no combate à criminalidade, a colaboração da população, porque esta, infelizmente, já não confia tanto na própria polícia. Principalmente, no caso do tráfico de drogas, maior foco de assassinatos.

Outro dia me repassaram a informação de que as facções estão comandando uma parte do nosso eleitorado. Há pouco me deram o nome dos bois e onde era a matança, pelo menos de um dos casos. Se eu estou sabendo, por que a polícia e a Justiça ainda não sabem? Será que Polícia Federal vai   no caso, como entrou na Grande João Pessoa?  E ontem em São Bento das Redes?Ainda dá tempo.

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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