(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista e professor, em 13/10/2024)
Vou fazer uma pergunta simples, mas que pesa na mente de muitos: quanta riqueza você já conseguiu juntar? Dinheiro, imóveis, bens materiais… – A contagem parece infinita. No entanto, se a resposta for nenhuma, será que estamos realmente perdendo?
A vida não se trata de juntar objetos ou de entesourar bens. Nós administramos a nós mesmos, nossas emoções, nossos valores, nossas relações – não coisas. Talvez a maior poupança que possamos fazer seja aquela que se acumula com o tempo, a qual chamamos de velhice. Ela não traz saldo bancário, mas sim a sabedoria de quem viveu o suficiente para entender que a existência é breve, fugaz, e que o tempo investido em acúmulo de quinquilharias é tempo hipotecado.
Ao juntarmos objetos, estamos sacrificando momentos preciosos que poderiam ser dedicados ao que realmente importa. E no final, de que adianta tudo isso? Os materialistas são tolos. Eles olham para suas posses como uma extensão de si mesmos, quando, na verdade, essas coisas são apenas a poeira daquilo que se perde com o tempo.
Vejam o exemplo de Cristo na multiplicação dos pães e dos peixes. Muitos acreditam que o milagre foi a multiplicação material, mas na realidade, o verdadeiro alimento ali era espiritual. Ele nos torna melhores, mais humanos, mais conectados, e não simplesmente mais cheios. O amor partilhado é a única riqueza que, quanto mais se divide, mais se multiplica. E quanto mais comunhão, mais plena a vida se torna.
Se a vida é o bem mais precioso que temos, a maior lição que ela pode nos ensinar é a generosidade. Dar, compartilhar, ser presença. Acumular amor e não coisas.
Então, volto à pergunta que realmente importa: Você está pronto? Pronto para viver de forma plena, para compartilhar sua existência, para se desprender do que é passageiro e abraçar o que é eterno? O tempo não espera, e a verdadeira poupança da vida não está nas coisas que você possui, mas nas relações e nos momentos que você constrói.