(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 29/10//2024)
A cidade de Patos tem crescido em muitos aspectos: comercial, industrial, na saúde, na educação, na assistência social. Mas tem dois impactos que contrariam o seu progresso: o clima e o mercado de trabalho.
O clima afugenta muita gente que poderia vir morar na nossa cidade e contribuir para o nosso desenvolvimento. A falta de oportunidade de trabalho faz com que muitos dos nossos filhos abandonem a nossa cidade para procurar melhores condições de vida, pelo mundo afora.
Para melhorar as condições de trabalho locais nós precisamos de administrações municipais que trabalhem para incentivar a implantação em Patos de empresas de fora, atraindo-as com vantagens, ou estimulem de todas as formas as empresas locais. Mas isso esbarra, no que talvez seja o maior problema da nossa cidade. A falta de políticos que se preocupem com os problemas da cidade e procurem resolvê-lo e não com resolver os seus próprios problemas. A pobreza política de Patos se revela no fato de termos uma Câmara de Vereadores com uma oposição insignificante, o que faz com que os governantes se acomodem e não se preocupem em melhorar as condições de vida da nossa cidade. E temos pela frente mais quatro anos de acomodação.
O fato de ser a Morada do Sol, nos atrapalha muito e é impossível mudar, mas nós podemos fazer muito para amenizar o nosso clima urbano. Com um programa intensivo de arborização podemos mudar radicalmente a sensação do nosso clima. Mas para isso, precisamos de um esforço conjunto. De um lado, com a administração municipal, implantando o programa de arborização e de outro lado com a população colaborando, de todas as formas, para proteger as árvores. Não só, fisicamente, impedindo que eventuais animais as destruam, como ajudando na sua manutenção, aplicando a água servida de sua casa para manter a umidade necessária para a sua implantação e o seu crescimento.
E seria importante que, num programa de arborização se escolhessem espécies mais apropriadas para o nosso clima. Quebramos a cara com as algarobas de pouca resistência ao vento e às pragas, com o ficus destruidor de calçadas e com o nim que além de destruir calçadas, agride a natureza matando insetos úteis como as abelhas. Que se faça uma escolha de árvores mais apropriadas para a arborização urbana.
E por que não utilizar algumas árvores frutíferas para a dupla finalidade de fornecer sombra e frutos? Em João Pessoa, por exemplo, há ruas inteiras como a avenida João Machado, arborizadas com mangueiras que oferecem uma sombra gostosa e um fruto mais gostoso ainda, que faz a festa da pobreza na ápoca da safra. Outras fruteiras poderiam ser utilizadas com a dupla finalidade, principalmente na áreas residenciais.
Mas o Ministério Público tem que intervir para impedir um crime que a administração municipal vem cometendo contra a nossa população local. É a destruição de canteiros centrais e suas árvores para aumentar a faixa de rolamento de nossas avenidas, quando poderia, simplesmente, utilizar uma das faixas de estacionamento, para a aumentar o número de pistas que se fizessem imprescindíveis em determinada artéria da cidade.
Não se pode prejudicar a população como um todo para beneficiar os usuários de veículos, cujo excesso deve ser desviado para outras avenidas. Patos tem várias alternativas de tirar o grosso do trânsito das avenidas centrais.
A administração da cidade tem que ser pensada em benefício de todos e não no benefício de uns poucos.