(Misael Nóbrega de Sousa, jornalista, professor universitário e poeta, Editorial do jornal Notícias da Manhã – dia 01/11/2024)
É merenda escolar, devia alimentar,
Mas tem larva no arroz, o que é, vou te contar.
Na panela, o terror; no prato, a podridão;
E a culpa de quem é? Alguém tem explicação?
Tão achando que é pouca coisa, apenas um detalhe,
Mas é fome de criança, olha o tamanho da maldade.
O descaso é o tempero que mandaram no cardápio,
Só que fome e nojo, irmão, nunca foram um bom presságio.
Querem o lucro, o bônus, o bolso cheio,
Enquanto a nossa molecada engole isso no recreio.
Acham que é bobagem, que ninguém tá vendo,
Mas a voz do povo ecoa, os meninos tão crescendo.
Refrão:
Hoje é larva no arroz, o que é que vem depois,
Mas o grito da revolta faz mais barulho que nós dois.
Criança merece dignidade e também respeito,
Não aquele prato de nojo no refeitório estreito.
Reunião de gabinete, acham tudo normal,
Alguém já viu a cara da criança no final?
Desprezo no feijão, mosca na sopa,
Merenda estragada, nossa alma grita e não fica rouca.
Aí, responsável, será que dá pra escutar?
Fome dói, machuca, é crime alimentar.
Queremos mudança, é pressão no sistema,
Nossa luta não cala, a qualidade da merenda é que é o tema.
Refrão:
Hoje é larva no arroz, o que é que vem depois,
Mas o grito da revolta faz mais barulho que nós dois.
Criança merece dignidade e também respeito,
Não aquele prato de nojo no refeitório estreito.
A verdade é dura, mas a gente não recua,
Nossas vozes se unem, e a justiça atua.
Não vamos mais calar, não vamos aceitar,
Merenda de qualidade, é isso que vamos cobrar.