(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 06/11//2024)
A cidade de Patos tem uma multidão de trabalhadores em idade de trabalho, desempregado, apesar de se alardear que temos 13800 trabalhadores trabalhando de carteira assinada. Muita gente vive de biscates ou de atividades escusas como o trâfico e a prostituição.
Aceito a desculpa de que tem muita gente trabalhando clandestinamente, sem carteira assinada, até por falta de fiscalização, conforme me têm assegurado contadores conhecidos.
Outro fato preocupante, isto atestado pelos números do CAGED, é a grande rotatividade no mercado de trabalho, com trabalhadores mudando de emprego até três vezes por ano. Isto de modo geral é um indicador do despreparo dos nossos trabalhadores para o mercado de trabalho. Ou seja, muitos trabalhadores, simplesmente, despreparados e por isso dispensados com mais frequência. Isto exige dos poderes públicos e dos órgãos dedicados à formação de mão de obra, como SENAC, SENAI e outros, tomada de providências para uma intensificação de cursos para preparar esta mão de obra. Por sinal, não temos SENAI, em Patos, que só eventualmente aparece oferece cursos, justamente por falta de interesse da administração pública. Já relatei aqui que durante o Governo de Francisca Motta, o SENAI deixou de implantar um Centro de Treinamento em Patos, por que a Prefeitura não lhe ofereceu um terreno para a constriução das instalações.
Com relação ao mercado do trabalho, uma grande culpa cabe também à administração municipal. Patos tem uma situação geográfica invejável, tendo ao redor de si, a uma distância inferior a cerca de cento e cinquenta quilometros, várias cidades de médio porte, como Pombal, Catolé do Rocha, São Bento, Santa Luzia, Teixeira, Piancó, Itaporanga, Conceição, São José do Egito e Caicó, entre outras. Isto representa um mercado consumidor importante o que é confirmado pela presença em Patos de empresas como o Atacadão, o Mix Mateus, o Grupo Queiroz e Patos Shopping que foram atraídos justamente pelo mercado consumidor representado por Patos e por toda a região polarizada por Patos, sem que isso se devesse ao mínimo esforço das administrações municipais.
Caberia à administração municípal adquirir e disponibilizar terrenos com a necessária infra-estrutura para serem utlizados por novas empresas que aqui se instalassem, oferecendo vantagens fiscais para atraí-las. Isto além de incentivar de todas as formas possíveis a formação de mão de obra adequada para as novas empresas que se dispusessem a se instalar na cidade.
Patos, tradicionalmente, tinha um grande mercado de trabalho nas indústrias de calçados que absorviam milhares de trabalhadores locais. A maioria das fábricas de maior porte foram à falência. A administração municipal poderia aproveitar o grande número de sapateiros ainda existente na cidade e instalar galpões nos bairros onde se concentrassem estes operários, dotando estes galpões de máquinas utilizadas por esta indústria e cuja utilização poderia ser oferecida a baixo preço. Tanto com relação ao espaço onde elas se instalariam, como com relação ao maquinário a ser utilizado. Além do mais o município poderia incentivar o sindicato da categoria a fundar e manter uma cooperativa que se encarregasse das duas pontas da atividade. De um lado adquirindo a matéria prima e repassamdo-a a baixo preço para as fabricas e, de outro lado se encarregando da venda dos produtos que poderiam ser levados a todos os recantos do país, como acontecia antigamente. A venda em grande escala, com transporte e publicidade bem feita, ressuscitaria uma atividade de grande parte da população que tradicionalmente se dedicava a esta atividade.