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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 07/11//2024.
A semana passada foi divulgada na cidade de Patos uma denúncia de que em determinada escola municipal fora servido arroz com tapurus na merenda dos alunos. Eu não acredito que só naquela escola tenha sido servido arroz com tapurus. Por conta do risco de desvio da merenda escolar acredito que as escolas só recebam produtos para utilização durante um determinado período. Acredito que a Secretaria de Educação possua um depósito de onde os produtos sejam distribuídos para creches e escolas. Não sei se algum vereador aprofundou as pesquisas para saber de onde saiu este arroz e se ele saiu bichado do depósito geral ou se os bichos só foram começar a aparecer dentro do depósito da escola. Isto para se saber quem é o responsável pela distribuição do arroz bichado. Se o responsável pelo depósito geral ou a pessoa que manuseia o arroz já na escola. Arroz bichado não é novidade em residência nenhuma. Só que geralmente nas casas, quando os tapurus são poucos, o arroz é catado e só depois disso é cozinhado.
Como os bichos são perfeitamente visíveis e por isso as donas de casas escolhem o arroz para não perder o grão precioso, a cozinheira da escola deveria ter o mesmo cuidado. Na lavagem do arroz os tapurus boiam e a cozinheira os retira.
Um tapuru perdido talvez não faça tanto mal. Talvez nenhum de nós possa garantir que nunca comeu um tapuru. Pois com fome e com um feijãozinho misturado no arroz, “tapuru de minha vida”. Não escapa nenhum.
O responsável pelos depósitos do material de merenda escolar pode muito bem observar nestes depósitos se os bichinhos estão aparecendo e se estiverem em grande quantidade descartar logo o produto. Se for um bichinho ou outro perdido, quando for distribuir o produto nas escolas, advertir para as cozinheiras que tenham cuidado pois podem ter alguns bichinhos, tanto no arroz, quanto no macarrão, quanto no feijão.
Outro cuidado deve ser tomado pela própria Secretaria para não comprar uma grande quantidade destes produtos, pelo risco de já chegarem bichados, ou passarem tanto tempo no depósito local, que possam ser infestados pelos insetos, de cujos ovos vão nascer depois os tapurus. Um outro cuidado deve ser tomado pelos responsáveis pelos depósitos. Os insetos perfuram os sacos onde estão os produtos, perfuram os grãos e lá põem os seus ovos, de onde posteriormente vão sair as larvas, os famigerados tapurus.
Quando as borboletinhas começarem a saracotear pelo depósito, já teremos um sinal de que arroz, feijão e macarrão, ou já estão infestados ou, logo, logo, vão ser infestados. Daí para frente é ter cuidado ou para descartar o produto, se a infestação já for grave, ou advertir as cozinheiras de que têm que observar os cereais antes de utilizá-los, catando-os se forem alguns tapuruzinhos perdidos ou descartando o cereal se forem tão numerosos os tapurus que não se possa descartá-los.
Em todo caso, há uma grande responsabilidade para os dirigentes da Secretaria de Educação. Uma proliferação de tapurus na merenda escolar, só vai provar que estamos sendo mal administrados, incapazes sequer de servir uma merenda escolar, com o mínimo de qualidade. E pode estar acontecendo um problema que eu não quero nem imaginar. Que alguém esteja fazendo isso de propósito para sabotar a administração. Infelizmente tem gente capaz de tudo. Ou fazendo de propósito ou fazendo de conta que não estão vendo o problema para não serem responsabilizados pelo descuido.