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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 12/11//2024.
Chegando perto do final da vida pensei em escrever minhas memórias. E confesso que estou bem adiantado. E para isso recebi um empurrão recente que foi a leitura de um livro em que o Papa Francisco conta sua vida e em que ele estimula a que todos contemos as nossas memórias como lições de vida para os nossos herdeiros.
Algumas personalidades me deram empurrões que me ajudaram a subir na vida. Primeiro foi minha tia Etelvina que fez tudo para que eu fosse para o Seminário a base da minha educação. Sem o seis anos de seminário, numa época em que só fazia curso ginasial que pudesse pagar, talvez eu não tivesse chegado aonde cheguei. Outro foi Padre Vieira que em 1961 me ajudou quando passei por um problema de saúde, por conta do qual passei vinte e cinco dias internado no Hospital Regional e ele conseguiu juntamente com Zé Cavalcanti, que o governador Pedro Gondim me mandasse levar para Recife no avião do Estado. E nos hospitais do Recife, consegui me recuperar.
Outro grande benfeitor foi Inácio do Leão, patrão de meu pai e meu no seu Armazém do Leão, que deu todo apoio para o atendimento hospitalar daquele adolescente, indo visitá-lo junto com a esposa, toda noite, levando guloseimas que eu nunca tinha experimentado como maçãs argentinas. E pagando todas as despesas do hospital, onde eu nunca fui para uma enfermaria. E mesmo depois que deixei de trabalhar com ele, me tinha toda confiança e consideração a ponto de deixar o seu apurado dos dias de feira, no meu caixa no Banco do Brasil, para que eu o contasse e depositasse.
De novo Monsenhor Vieira que sabendo pelo meu colega, o futuro professor Zé Luiz, que eu estava desempregado, me convidou para ensinar no Colégio Diocesano e depois me fez professor do Colégio Estadual, na grande experiência de minha vida que foi lecionar. Como agradecimento, tomei-o como padrinho de batismo de minha filha mais velha, hoje professora na UFPB.
Outro empurrão decisivo recebi do professor Durval Fernandes, sobrinho de Padre Vieira, que me levou para trabalhar de locutor na rádio Espinharas, onde ele era gerente, e onde me deu toda a confiança para assumir vários cargos da administração da emissora.
Da Espinharas, do Colégio Diocesano e do Colégio Estadual eu sai, em 1967 para assumir na agência do Banco do Brasil, em Piancó. Onde ia ganhar menos do que ganhava nos empregos anteriores, mas fui estimulado, pelo então diretor-gerente da Rádio Espinharas, o saudoso Padre Raimundo Luciano Correia Lima de Menezes, que me lembrou que no Banco eu podia fazer carreira, e na rádio e como professor, eu nunca progrediria muito. De todos o professor Durval é o único ainda vivo.
Muitos outros me ajudaram na vida, mas estes tiveram um peso muito especial. E eu só tenho a lhes agradecer.