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(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 14/11//2024)
Quando o filho está terminando o ensino fundamental, que corresponde aos antigos cursos primário e ginasial do meu tempo, os pais começam a perguntar-lhe o que ele quer ser na vida, em termos profissionais.
No Brasil, de modo geral, todo mundo pensa em se formar num curso superior. Ou seja, tornar-se médico, engenheiro, dentista, advogado, agrônomo, enfermeiro, veterinário, economista, psicólogo, professor, engenheiro florestal e por aí afora. Mas o que poderia ser uma escolha acertada, por ser aquilo para o qual o aluno tem mais tendência, ou acha mais fácil concluir, pode se tornar uma decepção, na hora de ganhar a vida. O ideal é que, antes de definir qual curso vai escolher, o estudante estude o mercado de trabalho para ver se aquela profissão tem realmente futuro e o seu exercício vai lhe dar condições de viver e sustentar uma família. Algumas profissões, como a de médico, têm sucesso garantido, mas muitas vezes exigem do médico que se desloque para pequenas cidades do interior, que é onde tem empregos sobrando. Nas grandes cidades, o profissional tem que ser muito bom para se dar bem. Há especilalidades médicas, entretanto, que são de mais futuro de que outras. Um bom cirurgião tem mais facilidade de se dá bem do que um clínico geral ou um pediatra, por exemplo. As cirurgias e os plantões rendem bem mais do que uma simples consulta. O advogado tende a se dar bem melhor se se submeter a um bom concurso público. Por que para fazer carreira em escritório, com a enxurrada de advogados que se forma a todo ano, a tendência é só se dar bem quem conseguir vaga em um escritório com fama já estabelecida. Da turma que terminou na UFPb e se formou com meu filho Bruno, pouquíssimos estão se dado bem, na advocacia. Só um ou outro que foi para o escritório da família ou que fez concurso público.
Uma alternativa para quem está terminando o ensino médio e pensa logo em comerçar a trabalhar, é fazer o ensino médio profissionalizante. Neste, o estudante além de aprender uma profissão que possa passar a exercer logo depois que terminar o curso, prepara-se também para continuar os estudos fazendo uma faculdade. Mas enquanto o ensino médio normal, não prepara para profissão nenhuma, apenas para tentar se iformar numa faculdade, aquele que termina o ensino médio profissionalizante, já está preparado para exercer uma profissão.
Além disso, independente do currículo escolar, existem vários cursos profissionalizantes, como os oferecido pelo SENAC, SENAI e outros que habilitam o jovem para exercer uma profissão, muitas vezes com melhor remuneração do que muitos formados em faculdade.
Os ensinos médios profissionalizantes técnicos são oferecidos pelas escolas técnicas, federais e estaduais, que oferecem também os cursos profisionalizantes tecnólogos, que têm nível superior, e cujos concluíntes têm excelentes oportunidades de trabalho.
O nosso alerta para os estudantes que estão concluindo o ensino fundamental, é que existem muitas profissões boas a que podem ter acesso, apenas com um curso profissionalizante técnico ou um profissionalizante tecnólogo, cujo mercado de trabalho é, muitas vezes, mais generoso do que as formaturas de nível superior. Mais atraentes, mas de alcance, muito mais fácil do que o dos doutores tradicionais.