(Jozivan Antero com Wanessa Meira – Polêmica Patos, em 20/11/2024)
Pela primeira vez o Brasil está celebrando hoje, dia 20 de novembro de 2024, o Dia da Consciência Negra como feriado em todo o território nacional. A Lei 14.759/2023 sancionada pelo presidente Lula no ano passado, é a coroação de um movimento que iniciou-se ainda em 1971, através de um ato evocativo à resistência negra na noite do dia 20 de novembro, promovido pelo Grupo Palmares, em Porto Alegre.
Para a reportagem do Site Polêmica Patos, o Prof. Dr. Arnaldo Sucuma, natural de Guiné-Bissau e professor na UNIFIP Patos, fez uma análise sobre o debate atual na sociedade brasileira do tema deste feriado e suas implicações enquanto agente promotor de garantia dos direitos humanos e de combate ao racismo no país.
Para o Dr. Arnaldo Sucuma, a inserção do Dia Nacional da Consciência Negra no calendário escolar em 2003 proporcionou maior relevância na discussão em âmbito escolar sobre toda a história da comunidade negra, antes excluída das grades de ensino brasileiras. “Apenas a partir de 2004 tivemos o início deste aprofundamento da importância do negro na história e na sociedade brasileira. Antes disso, tínhamos o protagonismo apenas do homem branco e, após a criação desta lei, tem sido apresentada aos nossos estudantes a relevância da cultura negra para a formação do povo brasileiro, que é inclusive um povo interétnico e intercultural “, observou o educador, que possui vasto material publicado sobre Direitos Humanos e racismo entre artigos científicos e acadêmicos.
Como mensagem sobre a data, Dr. Arnaldo fez ainda considerações acerca da relevância do combate diário ao racismo por parte de toda a sociedade e a importância da discussão da temática de forma rotineira nas salas de aula. “A luta contra o racismo precisa do empenho de todos, não apenas por ser crime, mas também por ser algo negativo para a comunidade como um todo. O comportamento racista necessita ser repudiado de forma cotidiana e o principal caminho é o da Educação, que engloba a escola, a família e a sociedade. É uma responsabilidade coletiva”.
Como ponto fundamental na luta contra o racismo, Dr. Arnaldo destacou o combate a negação do racismo. “Há pessoas que rejeitam o fato de que o racismo existe na nossa sociedade brasileira e como exemplo podemos citar a questão de privilégios ainda existentes e a falta de inclusão, presentes em diversos processos que podemos observar. É um grande desafio, mas construir o caminho da tolerância é construir a paz”.
Ouça relato do professor Dr. Arnaldo Sucuma:
Áudio disponibilizado por Wânia Nóbrega